Rádio Fonte da Vida

"A chegada a Jerusalém”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Marcos cap. 11 - Preparado e Ministrado por Gerson Berzins /

Queridos ouvintes que têm acompanhado esta série de estudos no Evangelho de Marcos: Estamos chegando aos acontecimentos que ocorreram na

denominada semana da Paixão. Neste capítulo 11, objeto da nossa reflexão desta oportunidade, o Senhor Jesus e aqueles que o acompanham estão se aproximando de Jerusalém. Por diversas vezes o Mestre já tinha estado na capital religiosa e política do povo judeu, mas dessa vez a estada se reveste de particular importância, pois seria nela que Jesus Cristo, o filho de Deus,

cumpriria a missão para a qual veio: dar a sua vida em resgate de todos aqueles que viessem a crer nEle. É esta importância que faz com que Marcos, tal como os outros evangelistas, dedique parte substancial do seu relato para apresentar os fatos ocorridos nessa ultima semana do ministério de Cristo Jesus aqui na terra.

O capítulo 11 se inicia com o relato da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Nas proximidades da cidade se situavam duas vilas: Betfagé, a casa dos figos, e Betânia, a casa das tâmaras. Esta última era a residência dos grandes amigos de Jesus: os irmãos Marta, Maria e Lázaro, e muito provavelmente deve ter sido o local de repouso do Mestre em todas as noites dessa ultima semana. Jesus encontrava em Betânia o abrigo amigo, a paz e a segurança

que Jerusalém não podia lhe oferecer nesses dias tão conturbados. Ambas vilas, Betfagé e Betânia, são separadas por um vale, de modo que de uma se vê a outra, e foi de uma dessas vilas que Jesus efetiva os preparativos finais para a sua entrada em Jerusalém. O Mestre ordena a dois de seus discípulos irem à vila oposta e lá buscar um jumentinho que Lhe iria servir de montaria.

Jesus conhecia o dono do animal e previamente tinha com ele combinado o seu uso? Nem em Marcos nem nos outros evangelhos encontramos qualquer

esclarecimento a respeito, mas Mateus nos lembra que com isto Jesus estava

cumprindo a profecia de Zacarias 9.9, e assim se declarando em público como o Messias. Recebido com aclamação pela multidão, Jesus se dirige ao templo onde observa a multidão se ajuntando para os festejos da Páscoa, e depois, junto com os doze discípulos retorna para Betânia.

O trecho dos versos 12 a 26 apresenta um relato intercalado em outro, estrutura narrativa que Marcos utiliza com freqüência: A purificação do templo

narrada no meio do episódio da figueira seca. Ambos episódios têm a ver com

julgamento e condenação e como tal devem ser compreendidos.

No dia seguinte, Jesus volta a Jerusalém, e chegando ao templo expulsa todos aqueles que estavam lá comerciando. A Páscoa era a grande festa judaica. Toda a nação se ajuntava para as comemorações: Os tributos religiosos deviam ser pagos; as ofertas ao templo eram entregues; os sacrifícios

deviam ser oferecidos; e todas essas exigências religiosas, mais a maciça

presença dos devotos, criavam a oportunidade de um lucrativo comércio, que

deveria ter a aprovação da liderança religiosa para que fosse desenvolvido na

área do templo. Não é difícil imaginar que a liderança também obtinha ganhos com tal atividade. Com sua intervenção, Jesus quer restaurar o aspecto espiritual daquele lugar consagrado ao culto, lembrando os profetas Isaías e Jeremias: “A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes feito covil de salteadores.” (v.17)

O confronto é inevitável. Os principais dos sacerdotes e os escribas temem Jesus, pois se sentem ameaçados na sua autoridade pela popularidade que Jesus arregimenta.

Passam a procurar como eliminar o mestre.

Os fariseus e herodianos já buscavam o mesmo objetivo desde a Galiléia (3.6), e agora então todas forças políticas e religiosas estão alinhadas no mesmo

propósito.

O evento da figueira que seca por que Jesus procura nela frutos e não os acha, se constitui em uma passagem de interpretação difícil e polêmica: se aquela

não era época de frutos, como Marcos declara, porque a árvore é amaldiçoada por não tê-los? A figueira é símbolo de Israel, e o entendimento é que Jesus está aqui aplicando uma parábola prática, tal como os profetas faziam, e o aparato religioso daqueles dias, embora de vistosa pujança, era estéril, e assim estava condenado ao definhamento. O cumprimento dessa condenação profética, testemunhado por Pedro no dia seguinte, seria mais um ensino

do Mestre de que as profecias hão de se cumprir.

A constatação de Pedro é também pretexto para Jesus ensinar sobre o poder da oração, do perdão e da fé no cumprimento do que se deseja ter.

De novo em Jerusalém, em um outro dia, uma representação da assembléia maior da nação, o Sinédrio, aproxima-se de Jesus para mais uma vez interpelá-lo. Os principais dos sacerdotes, escribas e anciãos querem ouvir do Mestre qual era a fonte de sua autoridade. É provável que objetivassem enquadrar Jesus no pecado da blasfêmia, esperando que o Mestre

declarasse sua autoridade divina.

Jesus utiliza um recurso pedagógico comum da época, de ensinar por intermédio de questionamentos, e devolve uma pergunta aos seus interrogadores: “O batismo de João era do céu, ou dos homens?” E Marcos explica aos seus leitores porque esta era uma questão que as autoridades religiosas preferiram não responder, e assim desobrigam o Mestre de

responder a questão inicialmente proposta.

Esse encontro entre Jesus e os principais sacerdotes, escribas e anciãos ocorreu na terça feira e é o primeiro de uma série de sete confrontos entre o Mestre e as autoridades religiosas que Marcos registra.

Esta série de confrontos marca a tentativa das autoridades encontrarem uma razão objetiva para instruir o processo de condenação de Jesus. A decisão já estava tomada, faltava agora criar o pretexto. Os ensinos firmes e irrefutáveis do Mestre tornavam difícil a tarefa dos religiosos.

Ao terminar este capítulo que marca o início do relato da semana da paixão do

Nosso Salvador, tomemos um tempo para refletir nesse grande presente de Deus para nós: Jesus Cristo que veio para morrer em nosso lugar. É este sacrifício que nos faz livres dos nossos pecados e restabelece a nossa comunhão com Deus. A lembrança dos acontecimentos que culminaram no

Calvário e no túmulo vazio deve ser motivo da nossa permanente gratidão a Deus e a razão e alegria do nosso viver.

 

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