Rádio Fonte da Vida

"Ensinos e Exemplos”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Marcos cap. 12 - Preparado e Ministrado por Gerson Berzins /

 

Caros amigos e irmãos ouvintes, com alegria podemos mais uma vez nos

encontrar na continuação dessa série de estudos bíblicos no Evangelho de Marcos.

Estamos nessa oportunidade nos voltando para o capítulo 12, onde o evangelista relata acontecimentos ocorridos no templo de Jerusalém, a poucos dias da prisão, julgamento e crucificação de Jesus Cristo.

Os fatos relatados nesse capítulo devem ter ocorrido na terça ou quarta feira da semana da paixão, e são bastante variados: ensinos de Jesus; novas provocações arquitetadas pelas diversas facções religiosas que buscavam eliminar o Mestre; simpatizantes sinceros expressando suas duvidas; e

observações sobre os fiéis que circulavam no templo. Mas, essa variedade de

situações serve ao propósito de Jesus de colocar as verdades espirituais na dimensão que elas precisam ter. Novos padrões, nova visão a respeito das coisas divinas e da religião são expressas pelo Mestre. Aponta as incorreções que a cegueira espiritual os impedia de ver. Define novos paradigmas que devem orientar a vivência religiosa.

Apresenta novos valores e novas perspectivas para o relacionamento com as

coisas divinas. Vamos focar nesses ensinos que Jesus transmite:

A rejeição do enviado de Deus (v.1-12). Jesus mais uma vez faz uso de parábolas para transmitir sua mensagem. A figura que emprega é por demais conhecida, de modo que os destinatários da mensagem a conseguem entender, sem necessidade de explicações. Entendem, mas não a aprovam. Apenas o medo da grande multidão maravilhada com os ensinos de

Jesus os impedem de atentar de imediato contra sua vida. Ao longo de toda a Bíblia, a vinha é símbolo de Israel. Isaías já a usou em outra parábola para ensinar sobre a desobediência de Israel (Is.5). O problema é que os arrendatários da vinha não reconhecem os enviados do proprietário,

decidindo mesmo pela morte do filho enviado, julgando que assim poderiam de

vez apossar-se da propriedade. Mais uma vez Jesus antecipa a sua morte e proclama a sua identidade de Messias, o enviado de Deus.

A distinção entre o espiritual e o material (v.13-17). De novo os fariseus e herodianos querem embaraçar Jesus à frente do povo que se maravilhava com seus ensinos.

Usam agora de um artifício novo: procuram bajular o mestre, declarando-o verdadeiro, e que não olha para a aparência dos homens.

A questão colocada procura mais uma vez instigar Jesus Cristo contra o povo que o admirava ou contra a autoridade romana que dominava Israel: “É licito pagar tributo a César ou não?” O povo via em Jesus o Messias, e ansiava pela libertação do jugo romano. Sentiam na pele o que significava pagar tributos a um poder estrangeiro.

Talvez, pensavam os interrogadores maliciosos que Jesus desejaria agradar a

multidão de seus simpatizantes, negando o direito de se exigir impostos. Seria a evidência para a imediata entrega do Mestre às autoridades romanas por insubordinação.

Mas, Jesus coloca a sua resposta em outro patamar, deixando-a como um paradigma de orientação clara e segura para todos cristãos de todas épocas: A César o que é de  César. A Deus o que é de Deus. Religião não é política. Política não pode ser religião. E o cristão deve ser sábio para cumprir na totalidade, sem confrontos, este ensino do Mestre.

A vida após a ressurreição (v.18-27).

Marcos nos introduz a uma outra facção do judaísmo: os saduceus. Pouco sabemos deles visto que não eram um grupo grande, embora evidencia-se como composto por pessoas de grandes posses e poder político.

Somos informados de uma posição teológica deles: Não acreditavam na

ressurreição, e trazem a Jesus uma situação hipotética que provavelmente já teria sido debatido à exaustão com os fariseus, seus principais oponentes nessa questão. Pela lei de Moises, uma viúva que não tenha tido filhos devia casar-se com o irmão mais velho do marido falecido, para ter filhos e assim preservar a memória do marido (Dt.25.5-10). A questão era de qual dos

maridos tal mulher seria esposa após a ressurreição. Jesus ensina a respeito da realidade da vida eterna, alertando-os para o erro em que os saduceus incorriam ao não crer na existência após a morte. Convém atentar para um detalhe desse relato: Os saduceus não foram tentar o Mestre.

Transparece certa sinceridade na questão colocada. Jesus os esclarece, o que leva ao questionamento seguinte, da parte de um dos escribas, que ao fim concorda com Jesus, aprovando a sua palavra. Não podemos deixar de notar que entre a liderança religiosa que não aceitava o Mestre e queria matá-lo, encontramos pessoas sinceras e que reconheceram em Jesus o Messias.

A supremacia da lei do amor (v.28-34).

Toda a complexidade da lei e da tradição, expressa em 613 preceitos, cultivada com zelo pelos fariseus e escribas é resumida pelo Mestre em dois mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao próximo como a si mesmo. Amor a Deus e amor ao semelhante se encontram e um não

existe sem o outro.

O correto entendimento a respeito do Messias (v.35-37). Os doutores da lei

ensinavam que o Messias seria filho de Davi, portanto sujeito a ele. O Mestre corrige essa perspectiva incorreta lembrando o Salmo 110, onde o próprio Davi reconhece o Messias.

Quebrando as amarras da tradição (v.38-40).

Continuando a ensinar, Jesus alerta contra os escribas que se exibem na sua pretensa superioridade, mas não atentam para a justiça correta e para a total aplicação dos preceitos divinos.

A qualidade acima da quantidade (v.41-44).

Este relato, da oferta da viúva pobre, é o ultimo evento público do ministério de Jesus.

Após, o Mestre estará apenas com seus discípulos até ser preso. A grande lição para nós, vindo dessa pobre viúva, é que no Reino de Deus, qualidade conta mais do que quantidade. As duas moedas de pequeno valor que ela entregou ao templo valem muito mais do que grandes expressões monetárias. Ela deu tudo, e o Mestre reconheceu tal fato. Para nós, na nossa contribuição, no tempo que dedicamos às coisas de Deus, o exemplo dessa pobre mulher deve permanecer vivido.

Quantos ensinos a aprender. Foram lições que empolgaram, chocaram, foram difíceis de serem assimiladas. Foram não, continuam sendo também para nós, pois nos ensinam muito sobre o que é seguir a Cristo.

Prestemos atenção.

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