Rádio Fonte da Vida

"O sermão profético”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Marcos cap. 13 - Preparado e Ministrado por Gerson Berzins /

 

Caros ouvintes, mais uma vez podemos nos encontrar para esta oportunidade de refletir no texto bíblico que temos como nossa regra de fé. Nosso estudo no Evangelho de Marcos continua com o capítulo 13 do relato desse evangelista.

Esse capítulo tem sido conhecido como ‘O discurso profético’, ou ‘O discurso do monte das Oliveiras’, ou ‘O discurso escatológico’, e cada um destes títulos

enfatiza um dos aspectos das palavras de Jesus aqui registradas. O Mestre estava no Monte das Oliveiras, diretamente em frente ao templo de Jerusalém. Suas declarações dessa oportunidade são vaticínios a respeito de fatos futuros, portanto profético, e com forte ênfase no final dos tempos, o que

ressalta seu teor apocalíptico.

Dentro do desenvolvimento do relato de Marcos, continuamos percebendo a ênfase que o Mestre dá a instruir seus discípulos nesses últimos momentos que podem compartilhar. Esse discurso na verdade se constitui no ultimo ensino de Jesus aos seus seguidores e a preocupação aqui e alertar os

discípulos para não se descuidarem de vigiar e aguardar a volta do Mestre, não

permitindo que eventos, personagens, e, sobretudo, dificuldades que surgirão os desviem da perspectiva do retorno de Jesus Cristo. Devem ser ressaltadas as duas tônicas que prevalecem ao longo de todo este discurso:

(1) de alerta: Estai de sobreaviso (v.9, 23, 33); vigiai (v.33, 35, 37).

(2) de precaução: Vede que ninguém vos engane (v.5); não vos assusteis (v.7) tudo vos tenho predito (v.23).

Agrupando esses ensinos do Mestre, temos: O futuro próximo (1-4).

Jesus e seus discípulos deixam o templo que é mais uma vez admirado na robustez e beleza de sua construção. Ao chegarem ao monte das Oliveiras, divisando o templo de frente, Jesus se isola com os discípulos mais achegados, sendo que agora o trio tradicional é aumentado com André, irmão

de Pedro, formando assim duas duplas de dois irmãos. É essa audiência que ouve o discurso profético do Mestre. Esse trecho inicial além de nos situar no contexto, apresenta a profecia de Jesus a respeito da destruição do templo, fato que viria a ocorrer poucas décadas depois quando, no ano 70, os romanos destruíram toda a cidade e o templo, de fato não deixando pedra sobre pedra.

A primeira parte da tribulação (5-13).

Fazendo uso da divisão proposta pelo comentarista Louis Barbieri, a seção que

trata da tribulação, apresentada até o verso 23, é dividida em duas partes. Na primeira parte, Jesus enfatiza os falsos sinais do fim: falsos Cristos; guerras e seus rumores; terremotos; fome; e perseguição aos fiéis. São indicadores que apontam para o fim, mas não são sinalizadores de que o fim chegou.

O Mestre apresenta também uma précondição que deve ser atingida: “...é

necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações” (v.10).

A segunda parte da tribulação (14-23). Esse trecho, que em muitas de nossas bíblias é denominada de A grande tribulação, se constitui em um desafio para o correto entendimento. Alguns eventos parecem indicar que se relacionam com o futuro próximo da destruição de Jerusalém, como “os que estiverem na Judéia”; e “orai para que isso não suceda no inverno”. Outros eventos, porém, dizem respeito a coisas que ainda não aconteceram, como “...aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve....até agora e nunca jamais

haverá”. Mas, os eventos prenunciados nessa segunda parte imediatamente

antecedem a volta de Jesus Cristo.

A chegada do triunfo (24-27). As predições cobertas nesses versos não

deixam qualquer duvida que se referem a fatos cujo cumprimento a história ainda não presenciou. Na realidade, descrevem o próprio fim da história humana, e envolvem a desestabilização do universo como conhecemos: estrelas caindo; o sol e a lua perdendo sua luz e todos os céus abalados.

Reforçando a necessidade de alerta e preparo (24-27), Jesus utiliza duas ilustrações para enfatizar a lição de vigilância e conscientização a respeito do que o futuro ainda reserva:

A parábola da figueira. O Mestre de novo faz uso da figueira para auxiliar a fixar o seu ensino. Agora, a figueira nada tem a ver com Israel, mas é colocada para enfatizar a necessidade de que os cristãos em geral não devem, nem podem ser surpreendidos pelos acontecimentos. Os sinais indicadores da

volta de Cristo foram claramente definidos, e como ao ver que novas folhas surgem na figueira é indicação que o verão se aproxima, a ocorrência dos sinais apresentados aponta para a aproximação do tempo do fim. Jesus

não precisa o tempo dos acontecimentos preditos, aliás, deixa claro que apenas Deus

Pai os conhece.

A parábola do senhor ausente. O senhor que parte em viagem distribui ordens e responsabilidades aos seus servos, esperando encontrá-los desincumbindo-se de seus encargos quando voltar. Não deseja vê-los dormindo despreocupados, se sua volta ocorrer inesperadamente. Assim deve ser o nosso cuidado com os ensinos e instruções de Jesus para todos seus seguidores.

A exortação e a advertência contidas nesses ensinos de Jesus ao seu pequeno auditório de 4 discípulos têm uma abrangência muito maior: o universo de todos seus seguidores em todas as épocas. Quanto mais tempo se passar sem que essas predições se cumpram, mais despreocupados com elas tendemos a

ficar. Os primeiros cristãos julgavam que veriam essas profecias realizadas, ainda enquanto vivendo. As próprias palavras de Jesus, registradas por Marcos indicavam essa possibilidade: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.” (v.30). Mas, ainda há muito mistério da palavra de Deus que não conseguimos compreender na sua totalidade.

Resta-nos vigiar e perseverar.

Que a Palavra Santa continua nos levando a uma vida de dependência do Nosso Senhor.

Que ela continue nos dando paciência para esperar os tempos definidos pelo Senhor do tempo. Que ela continue a alimentar a nossa certeza de que “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.”

(v.31)

 

 

 

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