Rádio Fonte da Vida

"O caminho para a cruz”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Marcos cap. 14 - Preparado e Ministrado por Gerson Berzins /

 

Aqui nos encontramos para mais um momento de reflexão no Evangelho do

Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme é apresentado por Marcos. Já vamos nos aproximando do final dessa série trimestral, e voltamos a nossa atenção para última ceia de Jesus com seus discípulos, seguido da traição de Judas e da primeira parte da condenação de Cristo à morte, declarada pela assembléia máxima do judaísmo, o Sinédrio. Esses são os fatos que o evangelista registra no capítulo 15 da sua narrativa, objeto da nossa atenção nessa oportunidade.

A preparação (1-16).

O texto se inicia situando os fatos apresentados no tempo: era ante-véspera da

Páscoa, a grande festa dos judeus, que era seguida por mais uma semana de

festividades da Festa dos Pães Asmos. A ocasião fazia Jerusalém transbordar de peregrinos, o que levou as autoridades religiosas a preferirem não executar seu plano contra Jesus durante tais festas.

Veremos mais adiante que a disposição de Judas em trair o Mestre faz a liderança religiosa abandonar essa precaução.

Vemos Jesus e seus discípulos mais uma vez em Betânia, agora participando de uma refeição na casa de um certo Simão, leproso, quando foi ungido por uma mulher. Marcos apresenta o relato sem designar o nome dos personagens. No evangelho de João (cap.12) sabemos que a mulher que lavou os pés de Cristo com um dispendioso bálsamo de nardo foi Maria, e que o discípulo que capitaneou a indignação contra tal desperdício foi Judas,

que atuava como o tesoureiro do grupo, e certamente calculou o que estava sendo jogado fora com tal ato. Jesus lembra que aquela ação era um preparo para a sepultura.

A seguir, nos versos 10 e 11 somos informados da decisão de Judas em trair

Jesus e como os principais dos sacerdotes e escribas se alegram com a providencial ajuda que recebem para alcançarem o seu intento.

No ultimo ato de preparação apresentado, Jesus designa dois de seus discípulos, que Lucas informa serem Pedro e João (Lc.22.8), para prepararem a ceia da Páscoa. Tal como com o jumentinho na entrada triunfal em Jerusalém no início da semana, não sabemos como o Mestre acertou os detalhes, mas os

encarregados da missão encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito.

A última ceia (17-26).

O relato está situado no início da noite da quinta feira da paixão. Era a oportunidade para a ceia que marcava a festa da Páscoa.

Jesus adverte a respeito do traidor, dando indicações a seu respeito.

Durante a ceia, o Mestre faz mais uma vez referência a sua morte próxima, associando o pão ao seu corpo e o cálice de vinho ao seu sangue, lembrando que nunca mais Jesus voltaria a beber até o reencontro no reino de Deus. É nessa oportunidade que Jesus institui o memorial da ceia, para que seu

sacrifício fosse constantemente relembrado pelos seus seguidores (Lc.22.19). A ceia se encerra com o cântico de um hino, possivelmente o salmo 118.

Advertência, agonia e prisão (27-52)

O grupo se dirige para o jardim do Getsêmani, ao pé do monte das Oliveiras.

No caminho Jesus adverte a respeito da dispersão dos discípulos que ocorreria logo mais, e da traição de Pedro. Por mais que todos os discípulos, e Pedro em particular, enfatizaram a sua fidelidade ao Mestre, a predição de Jesus se cumpriria na totalidade.

A agonia de Jesus Cristo, relatada nos versos 32 e 42, sem dúvida é uma dos relatos de mais tensão e emoção de todo o evangelho.

De um lado, há o choque das atitudes dos discípulos e do Mestre. Aqueles, certamente cansados das atividades do dia, não conseguiam manter-se despertos e não conseguem perceber a seriedade do momento que vivem. O Mestre, por outro lado, consciente do que o aguarda vai sendo tomado por pavor e angústia, Expressa o desejo de ver-se livre daquele momento, mas

a Sua fidelidade à vontade do Pai é colocada em primeiro lugar. Quão significativo é este texto para nós. Há a expressão dos sentimentos do Mestre que nos dão uma idéia do tamanho do sofrimento que suportou em nosso lugar. Há a certeza e a paz de que realmente não havia como evitar o que lhe

estava reservado. Nesse sentido, o Getsêmani é o momento de preparo, de acumular forças e buscar pela comunhão com o Pai em oração o refrigério para as próximas horas.

Chegou a hora... Levantai-vos, vamos!” São as expressões do Mestre que denotam estar Ele pronto.

Judas e seu exército particular, arregimentado pelas autoridades religiosas,

chega. A turba armada foi providenciada para evitar que houvesse uma tentativa de fuga. Mas Jesus vai ao encontro do traidor, recebe o beijo identificador e deixa-se prender. A reação parte de um de seus discípulos, que sabemos ser Pedro (Jo.18.10). Sozinho Jesus é levado para o Sumo Sacerdote. Todos fogem é o lacônico registro do cumprimento da profecia de

momentos antes.

O Julgamento perante a corte religiosa (53- 72).

Jesus Cristo foi submetido ao julgamento em duas cortes: a do Sinédrio, e a das autoridades romanas, que eram quem de fato deviam dar o veredicto final a respeito de uma condenação à morte. Cada um desses julgamentos se desenvolve em três atos, mas Marcos os apresenta resumidamente. Diante

da assembléia dos principais sacerdotes, anciãos e escribas se tenta apresentar provas que incriminassem Jesus, mas a pressa com que se deseja ver concluído o processo sequer permite que os testemunhos falsos sejam coerentes entre si. O Sumo sacerdote, que devia exercer s função de juiz, assume o papel de inquiridor, fazendo perguntas ao Mestre, que em um primeiro momento opta pelo silêncio. Quanto é indagado se de fato era o Cristo, o Filho de Deus, Jesus confirma, e tal confirmação é tomada pelo Sumo

sacerdote como prova suficiente para incriminá-lo por blasfêmia. A blasfêmia era passível de morte na lei de Moisés (Lv.24.16), e o Sinédrio declara o réu de

morte, permitindo o descalabro de sujeitar Jesus a humilhações diversas.

A negação de Pedro, por três vezes antes que o galo cante é também registrada, nos lembrando da fragilidade das intenções humanas frente aos perigos efetivos. O relato dessa negação nos deve servir de permanente

advertência: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.” (1Co.10.12).

Ao terminar, que a profundidade e a beleza do relato da paixão do Nosso Salvador Jesus Cristo continue nos inspirando a segui-Lo mais de perto.

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