Rádio Fonte da Vida

"Julgamento, Morte e Ressurreição”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Marcos caps. 15 e 16 - Preparado e Ministrado por Gerson Berzins /

 

Irmãos e amigos ouvintes, chegamos ao momento final desta série de estudos no Evangelho de Marcos. Com a revisão dos dois últimos capítulos do livro neste encontro, estaremos terminando a empreitada. Agradecemos a Deus pela oportunidade que tivemos ao longo de um trimestre, e ao mesmo tempo, agradecemos a todos os que acompanharam as reflexões, desejando que elas continuem provocando em nós o desejo de conhecer mais a respeito do nosso Senhor Jesus Cristo, e acima de tudo, nos incitem a uma vida de mais compromisso e maior devoção a Deus.

Dos dois capítulos finais de Marcos, o 15 apresenta os fatos ocorridos durante a sexta-feira, englobando a segunda parte do julgamento de Cristo, sua crucificação e seu sepultamento, enquanto o Capítulo 16 trata da ressurreição.

Ao longo do capítulo 15, Marcos nos deixa informados do correr das horas daquela sexta feira: Logo pela manhã, no verso 1; à terceira hora, que corresponde à nossa 9 horas da manhã, no verso 25; sexta e nona horas, correspondente a meio dia e 3 da tarde, no verso 33; e ao cair da tarde no

verso 42.

Após a condenação de Jesus à morte, pelo Sinédrio, como vimos relatado no capítulo 14, as autoridades religiosas deviam recorrer a Pilatos, a autoridade romana maior da Judéia, a quem competia  efetivamente decretar a pena capital.

Marcos menciona que logo pela manhã a Assembléia maior do judaísmo se reúne.

Não fica claro se essa é uma repetição de informação anterior, ou se de fato o

Sinédrio se reuniu ao romper do dia, para formalmente condenar Jesus à morte, já que há indicações de que uma sessão de julgamento que decorria à noite seria ilegal.

Deve-se notar que ao longo do relato do processo de julgamento de Cristo nos

evangelhos, se encontram inúmeras irregularidades que deveriam tornar nula a

condenação decorrente. Mas, não foi o que ocorreu, e procurando acelerar a aprovação necessária, Jesus é amarrado e entregue a Pilatos. O assunto passa da esfera judaica para a esfera romana.

Também nesse segundo julgamento, Marcos apresenta uma narrativa bastante

condensada, mas ainda deixando evidente o desconforto de Pilatos com a condenação que lhe era requerida referendar, e  como ele opta deixar-se guiar pelos anseios da multidão, devidamente inflada pelos principais dos sacerdotes. Ao final, nada resta a Pilatos, senão condenar Jesus à  morte. Tal condenação implica na libertação para Barrabás. É interessante pensar nesse contraste: Barrabás, que significa literalmente, o filho de um pai, tinha contra si a acusação de se levantar contra o domínio romano e cometer homicídio. Era claramente passível de crucificação. Ele é substituído pelo filho de Deus, sem culpa. Esta é a própria mensagem do evangelho: Jesus tomando o nosso lugar, de pecadores diante da lei de Deus.

Os escárnios e humilhações impostos a Jesus continuam, agora cometidos pelos soldados romanos.

A morte por crucificação não era um costume judeu. Ela teria sido desenvolvida

pelos persas, que a transmitiram a outros povos, e por fim foi adotada pelos romanos (Brooks). Era uma morte de extrema crueldade. Era comum o condenado sofrer dois ou três dias em uma morte lenta e dolorida.

A ordem de Pilatos para açoitar Jesus, bem como a obrigação do condenado de carregar sua própria cruz seriam maneiras de debilitar o réu e abreviar seu sofrimento na cruz. Jesus não conseguiu carregar sua cruz e precisou ser ajudado por Simão, o cirineu e a agonia do Mestre dependurado no madeiro foi abreviada, em vista de todo o seu sofrimento prévio.

Dois sinais sobrenaturais marcam a morte na cruz: Precedendo os momentos finais, trevas cobrem a terra por 3 horas; e, no momento do último suspiro o véu do santuário se rasga. As trevas nos lembrar que aquele era um momento de vergonha e horror. Não por que Jesus foi injustamente condenado, mas por que sobre os seus ombros estavam todas as afrontas da humanidade contra Deus, tornando realidade a antevisão do profeta:. “...ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz

estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Is. 63.4-5).

O rompimento do véu do templo nos lembra que os sacrifícios e restrições da lei de Moisés cumpriram o seu papel histórico e deixam de ser necessários, pois o Sacerdote perfeito ofereceu de uma vez por todas o sacrifício completo.

Marcos deixa evidente os testemunhos a respeito da constatação da morte de Jesus.

O último suspiro do Mestre é atestado pelo centurião que se convence ter presenciado um fato extraordinário e também presenciado por três seguidoras de Jesus.

Notamos a importância das mulheres no relato da crucificação e ressurreição de Cristo. Enquanto os discípulos homens se acovardam e se escondem, são as seguidoras que testemunham os acontecimentos mais importantes. A morte

de Jesus é também constatada por José de Arimatéia, que sendo membro do Sinédrio, nutria admiração por Jesus e almejou dar ao corpo do Mestre um sepultamento digno. E, por fim, o próprio Pilatos certifica-se da morte, buscando a sua confirmação com o centurião.

A madrugada do domingo encontra três mulheres desejando prestar uma ultima homenagem a Jesus, ungindo seu corpo na sepultura onde tinha sido depositado por José de Arimatéia. Essas mesmas mulheres presenciaram a morte de Jesus, e duas delas acompanham o sepultamento.

A preocupação com a grande pedra colocada para proteger o sepulcro escavado na rocha é rapidamente trocada pela surpresa do sepulcro aberto. Ao entrarem se deparam, atemorizadas, com um ser angelical que lhes informa o que ocorreu e lhes instrui para avisar aos discípulos, e a Pedro em particular, para se dirigirem à Galiléia, pois lá se encontrariam com o Cristo ressurreto e glorificado.

E assim Marcos termina o seu relato a respeito de Jesus Cristo. Embora compacto, objetivo, breve e simples, esse testemunho nos esclarece a respeito das boas novas do Filho de Deus, e nos empolga e emociona com todos os fatos que dizem respeito à razão da nossa fé. Agradeçamos a Deus por

todas estas coisas e pela oportunidade de podermos continuadamente relembrá-las.

preparado por Gerson Berzins

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