Rádio Fonte da Vida

Isaías

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

"Isaías e sua vocação profética."

Isaías 6.1-13; 11.1-16; Isaías 14

 Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

O livro de Isaías é facilmente reconhecido no Canon do Velho Testamento. É ele que abre a seção dos livros Proféticos, sendo na ordem da Bíblia o primeiro dos chamados Profetas Maiores.

Com seus 66 capítulos é o segundo maior livro da Bíblia, apenas superado por Salmos, com seus 150 capítulos. Isaías tem o mesmo número de capítulos que a Bíblia tem de livros, por isso é chamado de A Bíblia em miniatura, e uma das tradicionais divisões do livro o divide em duas partes: A primeira até o capítulo 39 e a segunda do 40 ao 66.

Isto é, utilizando a mesma divisão dos 66 livros da Bíblia em Velho e Novo Testamento. Este é o livro que estaremos estudando pelo trimestre, a partir de hoje.

A mensagem do Profeta Isaías continua ecoando nos dias atuais pela sua força, pela sua beleza e sobretudo pela apresentação do Messias que o Profeta faz. Tendo vivido cerca de 700 anos antes do advento de Jesus Cristo, ele é o profeta que mais claramente fala de Jesus , da sua obra, e do seu caráter.

Por isso Isaías é tantas vezes citado no Novo Testamento e este livro tem sido chamado de o “Quinto Evangelho” e seu autor de “Evangelista do Velho Testamento”. O estilo do profeta é também notável. Sua veia poética e sua capacidade de trabalhar com imagens dão um colorido e uma beleza especial à sua mensagem.

Dentre tantas passagens significativas, podemos escolher o verso 15 do cap. 49 para exemplificar este estilo do profeta: “Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho de seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu todavia não me esquecerei de ti.” Isaías é assim denominado de O príncipe dos profetas.

 

 A maior parte do livro apresenta as profecias anunciadas por Isaías. Por isto é que ele é um livro profético. Poucos relatos históricos ou biográficos estão contidos no livro, e dentre estes está o capítulo 6, que relata a chamada divina do profeta, e este será o assunto do nosso primeiro estudo. O tempo e o local do acontecimento está bem definido, no versículo 1: No ano em quem que morreu o rei Uzias e no templo.

Portanto, o vocacionamento profético de Isaías foi decorrente da sua experiência pessoal com Deus, como ele a descreve neste texto. É um texto de grande significação espiritual e ao voltarmos a ele nesta abertura do estudo em Isaías, ele deve nos inspirar. Consideremos a disponibilidade de Isaías: Ele estava no templo e estava atentando para as coisas divinas.

Isto nos lembra Deut.4.29: “Mas de lá buscarás ao Senhor e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.” Deus somente pode ser encontrado por quem o procura, por quem o deseja encontrar.

O próprio profeta reafirma esta verdade no cap.55 v.6 “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” E por estar nesta disponibilidade para Deus, Isaías pode ter a visão da grandiosidade e da santidade do Senhor.

Outra constatação que podemos fazer ao olhar para este texto é que quanto mais conhecemos a Deus, mais nos aperce-bemos da nossa insignificância e da nossa pequenez humana.

Não há como haver auto-valorização ou orgulho quando a presença do Senhor se revela: “Ai de mim pois estou perdido,.. sou homem de lábios impuros.. habito no meio de um povo de impuros lábios..”

E este reconhecimento da nossa condição abre as portas da benção divina para nós. Quanto mais reconhecemos e expres-samos a nossa incapacidade, mais estaremos abrindo as portas para a benção de Deus em nós. “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (II Cor.12.9)

 

Na experiência de Isaías o poder de Deus se manifestou pela ação do anjo que com uma brasa viva do altar tocou a boca do profeta.

 

E que toque: O toque da capa-citação, da autoridade e da inspiração para o futuro e longo ministério de Isaías. Mas a necessidade da disponibilidade se revela mais uma vez necessária, quando Isaías é confrontado com o apelo divino: “A quem enviarei e quem irá por nós? ” O envolvimento voluntário na missão divina sempre foi e continua sendo a regra.

 

Deus chama, Deus apela, mas a disposição deve ser nossa para atender a chamada para a missão. Olhamos para a beleza e a grandiosidade desta experi-ência de Isaías com o Senhor Deus, e talvez surja em nós o pensamento de que se Deus se revelasse tão claramente e tão impressionantemente a nós é óbvio que como Isaías também prontamente responderíamos: “Eis me aqui, envia-me a mim.”

 

A grandiosidade da experiência única e ímpar deste profeta não deve ofuscar a nossa visão para o que Deus está nos mostrando como necessidades nos dias e no contexto de hoje. Como Isaías, importa que estejamos disponíveis: Disponíveis para buscar a Deus; disponíveis para estar perto de Deus; disponíveis para gastar tempo com Deus; e disponíveis para ouvir a chamada divina.

 

E assim, Isaías foi investido na sua condição de profeta e recebeu a sua primeira mensagem. Já de início o novo profeta poderia perceber que sua missão de modo algum seria fácil. Ele teria sempre que apresentar uma palavra contrária ao que os destinatários da mensagem gostariam de ouvir.

Como enviado de Deus a mensagem a ser apresentada seria condenatória, ainda que a esperança estivesse presente, e ainda que a mensagem pudesse ser apresentada com os recursos do estilo refinado de Isaías: “Ouvis de fato e não entendeis, e vedes em verdade e não percebeis.” (v.9)

É necessário nos colocarmos como destinatários da mensagem do profeta, nos perguntando o que da mensagem pode ter significado para nós e como.

E esta primeira mensagem que Isaías recebeu para retransmitir nos apela para a necessidade de sermos sensíveis a voz de Deus, através do que estamos continuadamente ouvindo nos nossos cultos, nos nossos estudos bíblicos, e nas nossas leituras e meditações.

Não estaríamos nos equiparando aos destinatários desta mensagem profética? Não estariam os nossos corações gordos; os nossos ouvidos endurecidos e os nossos olhos fechados para as coisas divinas? O tanto ouvir já não tem calejado os nossos ouvidos?

A nossa acomodação espiritual não tem entupido as nossas veias e a nossa letargia não tem tirado a força do nosso coração? Será que já não somos mais capazes de enxergar as necessidades e os desafios divinos colocados diante de nós? A primeira mensagem que Isaías recebeu para anunciar não foi para ele. A sua experiência no templo mostrou que ele estava conectado com Deus e Deus lhe pode falar e Ele pode ser usado para alertar Judá da sua insensibilidade espiritual, e ser um exemplo para nós.

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