"Plenitude de vida no reino do Messias." Isaías 11.1-16

 Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

 A primeira das grandes divisões do livro do Profeta Isaías que estamos estudando é normalmente denominada de parte Condenatória, e engloba os primeiros 35 capítulos do livro.

É nessa parte que encontram-se as mais duras reprimendas divinas contra Judá e Jerusalém, bem como contra muitos dos povos circunvizinhos.

No entanto no meio dessa profusão de condenações, o profeta foi também apresentando a sua mensagem de esperança com vislumbres do futuro que haveria de vir. A mensagem messiânica do profeta fica muito mais forte após o capítulo 40, mas nestes primeiros capítulos já podemos ter uma antevisão de muitos aspectos do reino do Messias.

Este nosso segundo estudo em Isaías tem o título de “Plenitude de vida no Reino do Messias” e nele podemos começar a verificar o conteúdo messiânico da mensagem do nosso profeta.

No capítulo 2, primeiros 4 versículos, somos levados a uma visão antecipada do Reino Messiânico, na sua forma completa, o que ainda só conhecemos palidamente: Todos os povos se sujeitando ao domínio daquele que julgará e repreenderá as nações e os povos, fazendo com que as armas se convertam em utensílios de produção e a guerra seja exterminada.

E tal visão nos deve servir de conforto tanto quanto serviu aos primeiros ouvintes: A vitória está garantida e o futuro será melhor que o presente, por mais difícil que seja a situação em que vivemos. A esperança da completa instalação do Reino Messiânico deve estar sempre presente em nós.

No capítulo 4, a partir do v.2 o profeta retorna ao tema do futuro reino messiânico, agora lembrando que até a chegada do reino muito sofrimento ainda haveria de ocorrer.

Toda a glória visível ainda haveria de ser destruída, e dos destroços um renovo haveria de surgir e este renovo viria a se encher de beleza e glória, pois que o Senhor haveria de purificar toda a imundícia.

Esta visão de Isaías nos lembra Ap.21.5 “Eis que faço novas todas as coisas.” E nos ajuda a antever mais um pouco das coisas que ainda estão à frente de nós.

Passemos agora ao cap.7 e no v.14 vemos uma bela apresentação do Messias. No meio de uma mensagem destinada ao rei Acaz, o profeta lança o seu olhar para muito mais longe do que aqueles dias e diz: “Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá e dará a luz um filho, e será o seu nome Emanuel.

” E deste Emanuel apresentado no cap.7 vamos logo em seguida, no cap.9 aprender mais. Nos primeiros 7 versos do cap.9 o profeta apresenta mais uma vez o Messias, com detalhes precisos que somente nós, por já conhecermos a vinda do Messias podemos entender.

 A referência à Galiléia no verso 1 não é sem propósito, e então Cristo é apresentado como a Luz do Mundo e como o libertador que viria para quebrar o jugo da opressão: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; o seu nome será : Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” (v.6). A apresentação inicial do Messias pelo profeta termina no capítulo 11 que nos mostra a natureza do Reino do Messias.

E aqui mais uma vez os nossos olhos devem se voltar para o futuro que ainda não conhecemos. Embora muitas das coisas aqui apresentadas podemos dizer que já são realidades em termos espirituais, o completo cumprimento da mensagem profética ainda está em aberto para ser testemunhado.

O rebento de Jessé nos lembra de Jesus Cristo como filho de Davi, e nos lembra quantas vezes no seu ministério foi Cristo assim chamado, como em Mat. 20.31 “…Filho de Davi tem compaixão de nós. ” No verso 2 podemos ver o tríplice ministério de Jesus Cristo, como profeta – no espírito de sabedoria e entendimento; - como rei - no espírito de conselho e fortaleza; e como sacerdote – no espírito de conhecimento e de temor do Senhor. Todo este capítulo 11 nos fala do reino do Messias e da paz e prosperidade que ele trará para todo o seu povo.

Podemos agora sumarizar o que Isaías nos tem apresentado a respeito do Reino do Messias nestas passagens que vimos, e que encontram-se intercaladas entre profecias de condenação vindas de Deus contra o povo judeu no tempo do profeta.

Em primeiro lugar, a mensagem clara do triunfo final e total do Messias. Ninguém poderá permanentemente se opor aos desígnios divinos.

Por fim a vontade do Senhor se cumprirá e o Reino do Messias será realidade. Todos os poderes do mundo se submeterão ao Messias Este reino será também universal e não restrito ao povo judeu.

Todos os povos virão adorar ao Senhor e se sujeitar ao seu domínio. Já podemos antever esta realidade a medida que o evangelho de Jesus Cristo vai alcançando todo o mundo. E o reino do Messias por natureza será um reino de paz, quando a guerra e as armas serão eliminadas.

E quanto ao Messias? O que se apresenta dele neste início do livro é ainda pouco frente a tudo o que dele se fala ao longo de todas as profecias, mas quanto já podemos ver, e como já podemos validar Isaías como o Evangelista do Velho Testamento. Apenas alguém ungido e realmente separado para a missão profética pode apresentar o que Isaías apresentou.

Olhamos para Isaías e vemos o Messias, e por isso podemos fazer nosso o cântico de gratidão e exultação do capítulo 12 de Isaías:

“Dirás pois naquele dia: Graças te dou, ó Senhor, porque ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou e tu me confortaste.

Eis que Deus é a minha salvação; eu confiarei e não temerei porque o Senhor, sim o Senhor é a minha força e o meu cântico; e se tornou a minha salvação. Portanto com alegria tirareis águas das fontes da salvação.”

O estudo de Isaías deve deixar em todos nós a renovada alegria de termos a Palavra de Deus. A ela podemos recorrer em todos os momentos e dela podemos retirar o consolo e a esperança que precisamos.

A riqueza dessa Palavra divina para nós se mostra também porque podemos voltar ao Velho Testamento e lá encontrarmos tantas profecias antecipando a salvação que Jesus Cristo nos trouxe. Que a Palavra de Deus continue a nos falar e que possamos sempre renovar o nosso desejo de a ela voltarmos.