Rádio Fonte da Vida

Isaías

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

"A soberania do Reino de Deus."  Isaías 14

Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

Caros irmãos e amigos: Aqui nos encontramos mais uma vez para a continuação do estudo no Profeta Isaías. O texto desta oportunidade cobre os capítulos 13 a 18, e entramos em uma seção do livro onde o foco do profeta se volta para as nações estrangeiras.

Como que fazendo um parênteses, Isaías interrompe sua mensagem à Jerusalém e aos judeus e dirige a sua palavra para os vizinhos. Mas o objetivo final continua o mesmo: Mostrar a ação e a direção de Deus, anunciando que a Sua obra também seria realizada entre outros povos, e a Sua justiça igualmente alcançaria as outras nações, por mais poderosas que elas pudessem se fazer.

Cerca de 10 nações recebem juízos divinos pela palavra de Isaías. Dentre elas destacam-se 3 que como dominantes receberam mais referências: A Babilônia; a Assíria e o Egito.

Comecemos como Isaías, pela Babilônia, de quem o profeta fala nos capítulos 13, 14 e 21, além, claro de referências em outras partes do livro, como nos capítulos 43 e 47. Quando nos inserimos nos dias do profeta pode parecer um pouco estranho o destaque dado à Babilônia.

Ela não era ainda uma expressão mundial visível e não estava entre as nações com quem Judá mais interagia. A presença da Assíria e do Egito eram muito mais fortes e também mais ameaçadoras.

Mas ungido por Deus, o profeta estava apresentando coisas que ainda haveriam de acontecer, mas que estavam além da vista daqueles dias. Comentaristas bíblicos nos chamam atenção para notarmos que a Babilônia sempre representa na Bíblia o poderio mundial que é hostil a Deus. Vemos isto desde o episódio da torre de Babel em Gn.11 – Babel é a origem da Babilônia – até Apocalipse, caps. 17 a 19, onde o anjo do Senhor anuncia: “Caiu, caiu a grande Babilônia….” (ap.18.2) Isaías estava profetizando contra a Babilônia histórica, aquela que derrotou Nínive, dominou o mundo por um tempo, inclusive invadindo e destruindo Jerusalém, e depois foi destruída por Ciro.

E contra ela Isaías proclamava a chegada do Dia do Senhor (13.9). E sabemos que o Dia do Senhor na palavra profética é um dia terrível e ameaçador.

É o dia do ajuste de contas, e para a Babilônia significaria assolação e destruição. O poderio e a glória acumulada pelos caldeus da Babilônia desapareceria de uma maneira a deixar atônicos os que a tivessem conhecido: “E a Babilônia, o esplendor e o orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra quando Deus as transtornou.”(13.19) ou “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra tu que prostravas as nações.” (14.12)

E a precisão da palavra de Isaías contra a Babilônia está mais que confirmada no v.17 do cap. 13 quando anuncia que eles serão destruídos pelos medos, o que de fato ocorreu em 539 AC, quando Ciro comandando medos e persas entrou na Babilônia.

A profecia contra a Assíria de Nínive vem logo a seguir, no capítulo 14 a partir do versículo 24 e depois nos capítulos 17 e 18. A Assíria é menção recorrente no livro de Isaías, onde é citada 46 vezes. E não é por menos. A Assíria era a “potência da vez”.

 

Como um rolo compressor, as forças Assírias vinham expandindo os limites do seu reino por todo o mundo. Ainda nos dias de Isaías, a Assíria destruiria Damasco, desmantelando o reino Sírio, e como sabemos também destruiria Israel, tomando Samária e levando os israelitas para o desterro.

 

Nem Judá ficaria livre pois muitas cidades de seu território seriam tomadas por Senaqueribe rei Assírio e Jerusalém só escapou porque aprouve a Deus intervir em favor da cidade, devido ao clamor do rei Ezequias.

 

O medo da ameaça Assíria era portanto algo presente e real e o anúncio da sua destruição deveria significar um consolo para todos os que estavam presenciando o rápido avanço das tropas de Nínive.

 

E o cumprimento da profecia da destruição ocorreu no ano 612 AC quando Nínive foi totalmente aniquilada pelos caldeus.

 

Continuando suas profecias, Isaías dirige suas palavras para os filisteus, moabitas, Damasco, Israel e Etiópia.

 

Os filisteus recebem a palavra profética como nos é apresentada no cap.14, a partir do v.28. Os filisteus ao longo da história bíblica foram os maiores e mais constantes inimigos de Israel e Judá, e embora o povo de Deus tantas vezes prevaleceu contra eles, os filisteus se reorganizavam e voltavam a atribular os judeus.

 

Durante o reinado de Acaz os filisteus tinham de novo conseguido algumas vitórias sobre Judá (IICr.28.18), o que os deixou exultantes, mas Isaías lhes lembra que não havia razão para a alegria pois o juízo divino estava a caminho.

A palavra contra Moabe está apresentada nos capítulos 15 e 16. O relacionamento entre Moabe e Judá oscilava. Por vezes eram inimigos em guerra como com Saul (I Sm.14.47) e Davi (II Sm.8.2), e por vezes havia a convivência pacífica que permitiam a livre mudança das pessoas de um país para outro, como vemos na história de Noemi e Rute.

 

Isaías nesta profecia contra Moabe apresenta uma visão condoída da destruição que haveria de se abater sobre a terra farta dos moabitas e da chance que os remanescentes teriam de se estabelecer em paz sob o reino de Daví (16.5-6)

 

No capítulo 17 Isaías profetiza contra Damasco e Efraim. Efraim aqui está sendo usado como designação de Israel, visto ser Efraim uma das mais fortes tribos componentes do Reino do Norte.

A junção de Damasco e Israel em um mesma profecia se explica porque naquele tempo os dois países se coligaram para enfrentar o rei Acaz de Judá, e logo depois tanto Damasco como Samária, a capital do Reino do Norte seriam destruídos pelos Assírios. Também nesta profecia é anunciada um esperança para os remanescentes (v.6 e 7), ainda que eles sejam tão poucos como duas ou três azeitonas que viriam a sobrar na mais alta ponta dos galhos da oliveira, após esta ter sido sacudida.

E por fim, temos no capítulo 18 a palavra para os etíopes. São um povo que receberam poucas menções na Bíblia, e esta profecia contém uma mensagem messiânica ao anunciar que o Senhor dos exércitos receberá a honra que lhe é devida por parte desse povo.

No nosso próximo estudo ainda veremos os capítulos seguintes, que também fazem parte desta seção de palavras aos estrangeiros. Mas ao terminar este estudo e revermos todas estas profecias contra os Reinos poderosos, nunca deixemos de ter em nossa mente, e como nosso consolo que o Senhor Deus é o Senhor da história.

Ele nunca deixa de agir e a sua vontade sempre prevalecerá.

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