Rádio Fonte da Vida

Isaías

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

"Desobediência humana e juízo divino." Isaías 24

 Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

 Caros irmãos e amigos ouvintes: Mais uma vez encontramos para a continuação dos estudos no livro do profeta Isaías.

 

O nosso texto de hoje engloba os capítulos 19 a 24, que são também parte daquela seção do livro onde a ênfase é dirigida para as Nações ao redor de Judá.

 

Os capítulos 19 e 20 são dedicados ao Egito, a terceira das nações que junto com a Babilônia e a Assíria tem um lugar de maior destaque na profecia de Isaías.

 

O relacionamento de Judá com o Egito sempre teve uma proximidade grande e não apenas geográfica.

 

Verificamos que havia uma certa simpatia da liderança de Judá para com o Egito.

 

O Egito era assim como o amigo forte que se busca em qualquer necessidade.

 

Da boca do próprio Isaías vemos a repreensão divina contra esta preferência: “Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de mim; e que fazem aliança, mas não pelo meu espírito, para acrescentarem pecado a pecado; que se põe a caminho para descer ao Egito, sem pedirem o meu conselho, para se fortificarem com a força do Faraó, e para confiarem na sombra do Egito.”(Is.30.2) e ainda: “Ai dos que descem ao Egito e se estribam em cavalos e têm confiança em carros, por serem muitos, e nos cavaleiros por serem fortes…”(Is.31.1) Tanto em Isaías como mais tarde em Jeremias vemos que o Egito era o lugar de fuga preferido por aqueles que julgavam precisar de um refúgio.

 

A profecia contra o Egito é bastante significativa, e inicia lembrando que quando o Senhor Deus começaria a agir não haveria Deus do Egito que não se estremeceria e todo o egípcio viria a sentir o poder de Jeová.

 

Esta palavra divina nos remete para o Êxodo, quando por intermédio de Moisés Deus declarou que fazia maravilhas no meio do Egito para que os egípcios pudessem saber que Deus era o Senhor (Ex.14.18). O castigo divino contra o Egito viria com guerras internas, com irmão se levantando contra irmão (v.2); continuaria com uma dominação estrangeira impiedosa (v.3), e seria sentida por todo o povo devido a um severo período de seca que traria a privação a todas as atividades econômicas que eram o orgulho dos egípcios. (v.5 a 10).

 

No meio desse caos, a proclamada sabedoria dos príncipes e conselheiros de Faraó nada adiantaria e só serviria para aumentar a confusão (v.11 a 16).

 

No entanto, o que se destaca nesta profecia é que Deus não buscava a destruição do Egito, mas que o Egito reconhecesse Jeová como o Senhor e o verdadeiro Deus, pois da assolação surgiria a oportunidade para o Egito se voltar a Deus: (v.21 e 22) “E o Senhor se dará a conhecer ao Egito e os egípcios conhecerão ao Senhor naquele dia, e o adorarão...., e farão votos ao Senhor e o cumprirão.

 

E ferirá o Senhor aos egípcios, mas também os curará; e eles se voltarão para o Senhor, que ouvirá as súplicas deles e os curará.”

 

O ciclo dessas profecias contra os vizinhos de Judá se encerra com as palavras contra Dumá, que era Edom (21.11-12); Arábia (21.13-17) e a cidade de Tiro (cap.23).

 

Tiro era parte do território fenício e seu porto mais importante, junto com Sidom, que também é mencionada na profecia.

Os fenícios eram comerciantes e navegantes e a profecia lembra tal fato ao colocar nos navios o sentimento de tristeza pela desolação de Tiro.

Mas também para Tiro Deus reservava uma restauração e o profeta anunciava que o comércio que marcava a cidade seria utilizado para a glória do Senhor: “E será consagrado ao Senhor o seu comércio, e a sua ganância de prostituta;

não se entesourará nem se guardará; mas o seu comércio será para os que habitam perante o Senhor, para que comam suficientemente; e tenham vestimenta esplêndida.”( 23.18)

 

Dentro desta seção do livro de Isaías reservada principalmente para apresentar o juízo de Deus contra as nações vizinhas, há também mensagens contra Jerusalém, contidas no capítulo 22 É provável que o contexto histórico desse capítulo seja a tentativa de Senaqueribe tomar Jerusalém, que veremos nos capítulos 36 e 37 de Isaías, pois Sebna que aqui é mencionado também lá está citado e as providências tomadas para a defesa da cidade muito provavelmente foram tomadas visando se proteger dos assírios.

 

A advertência divina contra os moradores de Jerusalém tem como origem o fato de que os moradores não buscaram ao Senhor Deus como fonte de proteção contra o perigo.

 

Em vez de buscarem ao Senhor, buscaram realizar mais obras para proteger a cidade (v.8 a 11), e julgando que tais obras seriam suficientes para a sua segurança se regozijaram em festas de bebidas e comidas (v.13), quando aquele deveria ser um momento de contrição e humilhação diante do Senhor Deus (v.12).

 

Este procedimento de auto confiança e de desprezo contra o Senhor Deus não seria perdoado. Essa profecia tem um extensão pessoal, a partir do v.15, quando a palavra do Senhor é personalizada para Sebna, o mordomo contra quem é também anunciado o juízo do Senhor.

 

Terminamos este estudo do profeta Isaías com o capítulo 24.

 

Embora este capítulo já não faça parte da seção de profecias contra os vizinhos, a sua mensagem serve de encerramento para a seção que temos aqui considerado.

 

E o capítulo apresenta como que uma conclusão da ação do Senhor contra a maldade dos habitantes da terra: “Na verdade a terra está contaminada debaixo dos seus habitantes; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram o pacto eterno.

 

Por isso a maldição devora a terra e os que habitam nela sofrem por serem culpados;”(v.5-6).

 

E o v. 2 nos lembra que do juízo divino ninguém conseguirá escapar: “e o que suceder ao povo, sucederá ao sacerdote; ao servo, como ao seu senhor; à serva como a sua senhora; ao compra-dor como ao vendedor; ao que empresta como ao que toma emprestado; ao que recebe como ao que paga usura.

” Sem dúvida Isaías é um profeta de uma mensagem muito rica e diversificada.

O mesmo profeta que tanto nos ensina sobre o Messias também fala, com a autoridade dada por Deus, para as nações poderosas que se julgavam invencíveis.

Mas o grande ponto que devemos observar nestas profecias é que acima da justiça divina está a misericórdia divina.

Deus repreende; Deus castiga; mas o que Ele deseja é que todos cheguem a reconhecê-lo como Senhor e Soberano.

Ele deseja com a sua graça alcançar a todos os povos e trazer todos para a sua benção.

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