"A visão do estabelecimento do Reino do Messias." Isaías 35
Preparado e Ministrado por Gerson Berzins
Amigos e irmãos ouvintes: No seqüência da análise do livro do Profeta Isaías estaremos hoje prosseguindo com o texto bíblico a partir do capítulo 28.
A atenção do profeta continua voltada para seus conterrâneos contemporâneos. Depois de apresentar uma visão das coisas que haveriam de ocorrer no futuro, após Deus completaria a sua obra entre os homens, agora Isaías têm que se voltar para os seus ouvintes para apontar os seus erros e os pecados que estavam desagradando a Deus e por causa dos quais o castigo estava sendo preparado.
Os primeiros 14 versos deste capítulo se voltam contra a liderança nacional e espiritual do Reino do Norte, aqui mais uma vez chamado de Efraim. A liderança é chamada de A coroa dos bêbados. O desrespeito e o deboche com as coisas de Deus e a irrefreada entrega aos prazeres da bebida tinham se tornado regra, como denuncia o versículo 7.
Até o sacerdote e o profeta estavam cambaleantes e desencaminhados, e assim só se podia esperar deles que errassem na visão e tropeçassem no juízo.
Não havia mais como Deus lhes falar: eles estavam enlameados na sujeira de seus próprios vômitos. Julgavam-se sabedores da verdade, quando lembra o profeta que a lei de Deus deve ser buscada constantemente e acumulativamente.
A partir do v.14, a reprimenda é dirigida contra a liderança de Jerusalém, o Reino do Sul. Embora não se mencione a devassidão da bebedeira, a arrogância continuava presente e de igual modo Deus estava sendo escarnecido, pois Judá se sentia segura achando que quando o flagelo chegasse, ele passaria por Jerusalém sem a atingi-la.
Isaías lembra que Jerusalém precisava deixar o escárnio de lado para que o castigo de Deus não fosse ainda mais aumentado.
Devemos ler e reler este capítulo 28 de Isaías reiteradas vezes nos perguntando se não temos seguido pelos mesmos caminhos de Efraim e Jerusalém, quer nos entorpecendo, quer nos exaltando, mas de qualquer modo nos tornando menos sensíveis à Palavra de Deus.
E nesta auto análise devemos atentar muito para os versos finais do capítulo, a partir do 23o., quando o profeta apresenta a Parábola da Lavoura, nos lembrando do poder de Deus e das inúmeras e variadas maneiras que Ele têm para agir.
Em cada situação Deus está agindo de um modo peculiar, mas Ele está sempre agindo. A repreensão contra a falta de sinceridade e contra o formalismo religioso em Judá continuam no cap.29.
O profeta muda o nome de Jerusalém, passando a chamá-la de Ariel. Ariel significa Lareira de Deus e não é possível saber com certeza porque Isaías utilizou tal denominação para Jerusalém. Ariel seria abatida e tornada em pó, porque o seu povo tinha se afastado de Deus e apenas O honrava com os lábios (v.13).
Mas ainda assim, Deus continuaria a operar no meio do povo (v.14) até o momento quando a Sua obra viria a ser reconhecida pela descendência de Jacó e todo o povo se santificaria ao Senhor, e então “… os errados de espírito virão a ter entendimento, e os murmuradores aprenderão instrução”. (v.24).
Os capítulos 30 e 31 retomam um tema já considerado em nossas revisões anteriores: A esperança de Judá na força do Egito. Diante desta sedução de se abrigar sob o poderio dos Faraós, a palavra de Deus vem em forma de mais um apelo: “Como pairam as aves, assim o Senhor dos exércitos protegerá a Jerusalém; ele a protegerá e a livrará, e passando, a salvará. Voltai-vos filhos de Israel, para aquele contra quem vos tendes profundamente rebelado.” (31.5-6)
Nos capítulos seguintes mais uma vez Isaías remete-nos para o futuro ao apresentar a instauração de um Reinado justo, no cap.32; e ao anunciar a destruição dos inimigos, no cap.33 Com certeza ao apresentar esta mensagem Isaías tinha em mente os assírios e a derrota que Deus lhes imporia logo a seguir, quando tentaram cercar Jerusalém e forçar o rei Ezequias a entregar-lhes a cidade.
No capítulo 34 o furor de Deus contra as nações poderosas é relembrado. É o dia da vingança que o Senhor tem reservado a todos os que se lhe opõem (v.8). A fúria da destruição estão vividamente apresentados.
O furor de Deus está neste capítulo particularizado para Edom (v.5-6) Lembremos que Edom era formado pelos descendentes de Esaú, que sempre estavam rivalizando com os descendentes de Jacó, seu irmão gêmeo, se opondo aos judeus sempre que podiam, como quando , na jornada pelo deserto, Moisés solicitou permissão para passar pelo território de Edom e isto lhe foi negado.
A destruição total dos palácios de Edom que passariam a ser ocupados apenas pelas feras do deserto, como as hienas e os abutres vem a lembrar que não vale a pena se opor a Deus.
O Capítulo seguinte, o de numero 35 é um dos mais belos de todo o livro.
Ele fala da grandeza e da glória do reino do Messias. No entanto a sua beleza se torna mais expressivas quando o lemos em conjunto com o capítulo 34.
No 34 é nos apresentado o que sobra depois que a vingança do Senhor se realiza contra aqueles O rejeitam. No 35 Isaías magistralmente descreve o que acontecerá com os que permanecem ao lado da verdade e da justiça divina.
O contraste dos dois capítulos é enorme, realmente chocante. No 34 a terra habitada se torna em deserto. No 35 o deserto volta a florescer e a se encher de vida.
A essência da escolha humana está presente nestes dois capítulos: o futuro contra Deus, no cap.34 e o futuro com Deus no cap.35. A simples leitura do capítulo 35 nos faz bem.
Nos renova a esperança e nos fortalece na nossa crença. Ele é um alento para todos os momentos em que sentimos que a turbulência da vida está se tornando grande demais.
E este objetivo de animar os que estão se desfalecendo é claramente anunciado pelo profeta: “Fortalecei as mãos fracas e firmai os joelhos trementes.
Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais: eis o vosso Deus! com segurança virá, sim com a recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.” (v.3-4) No contexto deste estudo de hoje, e sempre que pudermos, não deixemos de voltar a este capítulo 35 de Isaías e cantarmos juntos “E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças: gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido” (v.10)