Rádio Fonte da Vida

Isaías

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

"O sofrimento do Messias e a salvação que opera.” Isaías 53

Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

Caros irmãos e amigos: Em continuação às nossas reflexões no livro do profeta Isaías, estamos hoje chegando ao capítulo 49.

 A seção do livro compreendida entre os capítulos 49 e 57 se centra na Salvação, e nos fala muito do Messias, que nestes capítulos iniciais da seção nos é apresentado como o Servo do Senhor, aquele que mesmo através de sofrimentos e oposição realizaria a obra que Deus lhe entregou para fazer.

 O capítulo 49 apresenta as próprias palavras do servo, quando este diz: “O Senhor me chamou desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do Meu nome.” (49.1) Mais adiante nos versos 5 e 6 a missão do Servo é claramente reafirmada: “E agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser o seu servo, para tornar a trazer-lhe Jacó e para reunir Israel a ele…Sim, diz ele: ….para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te porei para luz das nações, para seres a minha salvação até a extremidade da terra..”

 

A natureza da obra que o Servo do Senhor teria de realizar para cumprir a missão para o qual foi convocado está apresentada ao final do capítulo, quando nos versos 24 e 25 o profeta nos fala do trabalho de redenção do Servo, que deveria resgatar os cativos que se encontravam presos ao tirano valente.

 

Os capítulos que se sucedem, de numero 50, 51 e o início do 52 podem parecer, à primeira vista, que tratam de outro assunto, que não o da Salvação.

 

Mas o profeta somente muda o destinatário das suas palavras, que agora passam a ser dirigidas diretamente para o povo judeu do seu tempo, se constituindo em uma exortação para Israel e Judá se firmarem na promessa que estava sendo anunciada para o futuro.

 

Os judeus ainda seriam desterrados para a Babilônia, mas era necessário que soubessem que aquele sofrimento a vir não significava que Deus os estava abandonando para sempre, mas sim, que Deus os estava castigando.

 

Porém, para além do castigo, o amor divino continuaria a se demonstrar pela grande salvação que estava sendo preparada. Deus lembrava que a sua mão não se encolhia de modo a impedir a sua ação em favor do Seu povo (50.2); lembrando ainda que a Sua consolação viria (51.3); e, na verdade, a Sua justiça já estava muito próxima, pois a Sua salvação estava a caminho (51.5).

 

Era importante que Judá não se esquecesse que Deus lhes consolava e não havia razão para que qualquer homem fosse temido (51.12).

 

E repetindo a bela expressão do cap.35 v.10 o profeta lembrava que os resgatados do Senhor voltariam e então não haveria mais lugar para tristezas e gemidos (51.11).

 

Esta mensagem direcionada à Judá termina com os 12 primeiros versos do capítulo 52 quando se fala a respeito do retorno da Babilônia e da necessidade de que realmente o povo retornasse e não se deixasse contaminar com as imundícies que lá viriam “Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela….”(52.11).

 

A partir do versículo 13 o profeta se volta ao tema maior, - o Messias, nos falando mais a respeito do Servo do Senhor. Este trecho, que também engloba todo o capítulo 53 é por demais conhecido e têm sido denominado de o capítulo do Servo sofredor.

 

Alguns trechos do livro de Isaías se destacam como jóias de maior brilho no contexto de toda a obra do profeta. São pedaços da mensagem do profeta que ficaram mais conhecidas e mais apreciadas por todos os que lêem o livro.

 

Dentre estes trechos estão sem dúvida os capítulos 35, 40, 55 e este 53.

 

Todos estes capítulos citados falam do Messias, ressaltando um aspecto da sua obra.

 

E o capítulo 53 nos ressalta o aspecto mais desagradável de todos os mencionados: o sofrimento e a humilhação de Jesus Cristo para nos propiciar a salvação preciosa.

 

Penso que não encontramos em outro lugar de toda a Bíblia um quadro mais vívido ou mais comovente de Jesus Cristo, o nosso salvador, que este de Isaías 53.

A nossa condição de pecado e por conseguinte de causadores do sofrimento do Messias é claramente evidenciado.

 

Este é um daqueles trechos da Bíblia que não necessitam muitos comentários explicativos.

 

Ele é claro em si mesmo e a riqueza da sua mensagem se sobressai na leitura do texto. Vamos ao texto, e permitir que ele nos fale:

“Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor? Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos para que o desejássemos.

 

Era desprezado e rejeitado dos homens, homem de dores, e experimentado nos sofrimentos, e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

 

Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.

 

Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

 

Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.

 

Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca….Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.

 

Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo justificará a muitos, e as iniqüidades deles levará sobre si.

 

Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contato com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu.”

 

Frente a esta vívida descrição do sofrimento do Messias em nosso benefício, somente devemos deixar que se reviva em nós a gratidão pela salvação que Jesus Cristo nos trouxe.

 

Por termos esta preciosa salvação à nossa disposição, e, como espero, por já termos reconhecido, individualmente, Jesus Cristo como o nosso Senhor e Salvador, vamos nos juntar a Simeão e fazer nosso o seu hino de louvor quando ele pode ver o menino Jesus no templo, tal como relatado em Lucas 2: “…Os meus olhos já viram a tua salvação, a qual tu preparaste ante a face de todos os povos; luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel.”

 

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