Rádio Fonte da Vida

Isaías

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

"Isaías, o Evangelho do Antigo Testamento." Lucas 4.14-30

Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

Caros irmãos e amigos: Chegamos ao último encontro desta nossa série de reflexões sobre o livro do profeta Isaías.

 

Desejo expressar o meu agradecimento a todos que acompanharam esta jornada.

 

Espero que a leitura e as considerações feitas nesse livro tenham produzido em cada um de nós uma compreensão maior da Palavra de Deus; um encorajamento para continuarmos a nossa caminhada de fé; e um despertamento para desejarmos ser melhores servos de Deus.

 

O tempo de hoje será utilizado para duas finalidades: Primeiro, lançar um olhar ao Novo Testamento e atentarmos para as tantas citações de Isaías que lá encontramos, mais do que justificando o título adotado para a meditação desta oportunidade: “Isaías, o Evangelho do Antigo Testamento”.

 

E em segundo olhar para o livro do profeta de um modo global, procurando destacar os grandes temas que compõem a mensagem de Isaías, como uma síntese de todas as reflexões desta série.

 

O livro do profeta Isaías é bastante citado nos evangelhos, tanto na apresentação de João Batista, como em Mt.3.3, repetindo Is.40.3 “Voz do que clama no deserto, preparai o caminho do Senhor...” como do próprio Cristo, em Mar. 8.17, citando Isaías 53.4 “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.”

 

E em Mt.12. 17-21, citando Is.42: “Eis aqui o meu servo que escolhi...”. O próprio Senhor Jesus, na sinagoga de Nazaré, apresentou-se utilizando as palavras do profeta Isaías, como vemos em Lc.4.17-21: “O espírito do Senhor está sobre mim porque me ungiu para anunciar boas novas aos pobres;...” (Is.61.1).

 

O livro de Atos faz diversas referências a Isaías, entre as quais lembramo-nos do mordomo da rainha Candace que retornava a Etiópia lendo o profeta (At.8.26-33).

 

A carta de Paulo aos Romanos também referencia Isaías seguidas vezes, especialmente nos capítulos 9 e 10. E encontramos ainda citações de Isaías nas cartas aos Hebreus e de I Pedro.

 

No livro de Apocalipse, duas expressões ali utilizadas foram retiradas da mensagem de Isaías. O novo céu e a nova terra que João viu e descreveu no Cap.21 já estavam anunciados por Isaías nas suas mensagens, em 65.17 e 66.22.

 

A mesma coisa com referência a Jerusalém apresentada como a cidade Santa em Ap.21.2, lembrando Is.52.1.

 

Ao revermos todas estas conexões de Isaías e do Novo Testamento, deve ser reforçado em nós a unidade da Bíblia.

 

Não há um Velho Testamento, desatualizado, desconectado do Novo Testamento da Graça de Jesus Cristo.

 

A Bíblia é una e o seu tema central é único, nos indicando Jesus Cristo como o filho de Deus que nos trouxe a Salvação.

 

Voltemos ao livro de Isaías, na tentativa de sumarizarmos os assuntos tratados pelo profeta, como conclusão e como visão panorâmica deste livro.

 

Podemos destacar cinco temas que são enfatizados pelas mensagens do profeta que encontramos ao longo de todo o livro.

 

1º. Apresentação dos juízos divinos contra um povo pecador. A principal razão do ministério do profeta e sua mensagem primária era mostrar a Judá os seus erros, e quanto tais erros estavam desagradando a Deus.

 

Por causa desses erros, a justiça de Deus logo se manifestaria e o castigo já estava sendo preparado. Isaías denunciou tanto os pecados espirituais, em relação a Deus, como os pecados morais.

 

Como pecados morais, lembramos 1.23: “Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um deles ama os subornos, e anda atrás de presentes; não faz justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa da viúva.”

 

E ainda 10.1 e 2 “Ai dos que decretam leis injustas e dos escrivães que escrevem perversidades...” A bebedeira e a gula são também denunciados, como no cap. 28 e no cap.56.

 

Quando nos voltamos para os erros espirituais do povo, a denuncia era muito mais séria e mais intensa. Deus estava descontente com a hipocrisia religiosa (1.11 a 14); com a proliferação da idolatria (2.8); com o crescente uso dos feiticeiros e adivinhos como orientadores do povo (8.19-22 e 47.12); e com a arrogância e auto confiança de Judá (47.8-15).

 

Confiar no Egito tinha se tornado mais importante que confiar em Deus (30.1-3), e todo este descontentamento divino como o povo foi resumido na bela Parábola da Vinha, do cap.5 2º.

 

Lembrar o cuidado continuado de Deus pelo seu povo. A manifestação da ira de Deus, por causa do pecado do povo não era um fim em si. Deus, através de Isaías constantemente lembrava que Ele continuava a cuidar de Judá, e após o castigo, viria a restauração nacional.

 

O cuidado estava presente na ação divina presenciada naquela geração, como no anúncio a Acaz da vitória sobre a coligação de Israel (Reino do Norte) e Síria que estavam ameaçando Jerusalém (cap.7); e como no livramento de Jerusalém das mãos dos assírios de Senaqueribe, no tempo do rei Ezequias (caps.36 e 37).

 

O cuidado divino continuaria, diz o profeta na restauração de Judá após cumprido o cativeiro, com Ciro (44.28) e o cuidado se prolongaria até o final dos tempos com a grande e maravilhosa restauração completa, anunciada em diversas ocasiões, como no cap. 52, 54 e 60.

 

3º. Juízos de Deus contra as nações vizinhas.

 

Não apenas Judá estava sob o julgamento divino. Também as nações ao redor receberiam as suas parcelas de repreensão.

 

Algumas delas, como a Assíria, Babilônia e Filistia recebiam toda a ira acumulada com promessas de total destruição.

 

Para outras, como o Egito, a Etiópia e a cidade de Tiro, Deus anunciava pesados castigos, mas também a restauração que viria quando tais povos reconhecessem Deus como o verdadeiro Senhor.

 

4º. Jesus Cristo o Messias Este tema colocado em quarto lugar, não significa que seja menos relevante que qualquer dos anteriores, pois a figura e o ministério de Jesus Cristo transparecem nitidamente ao longo de todo o livro do Profeta.

 

5º. O apocalipse O profeta anunciou muitas coisas cujo cumprimento integral ainda não foi testemunhado, pois são profecias para o final dos tempos, quando tanto o juízo como a justiça divina se instalarão por completo, trazendo a verdadeira paz e prosperidade para todos os povos.

 

O mundo será transformado, como nos anuncia o cap.35, e o Senhor Deus será reconhecido e adorado por todos.

 

Que o livro do profeta Isaías continue a ser sempre um encorajamento e um consolo para os nosso corações.

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