Rádio Fonte da Vida

"Cristo nasce e traz salvação”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Mateus caps. 1 e 2

Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

Mateus, o Evangelho do Reino. Mateus, o Evangelho do Messias. São duas

denominações usualmente apostas ao primeiro dos 4 evangelhos que o Novo

Testamento nos apresenta.

 

Outros expositores renomados consideram Mateus  o evangelho mais completo e há também os que enfatizam o fato de ser este relato da vida de Jesus a perfeita ponte entre o Velho e o Novo Testamentos, visto o forte conteúdo de cultura judaica que nele encontramos, bem como as recorrentes referências às profecias messiânicas do Antigo Testamento.

 

O Evangelho segundo Mateus é o assunto desta nova série de reflexões bíblicas que hoje começamos.

 

O desejo é que esta revisita à mais conhecida, bela e amada história seja uma nova oportunidade para refletirmos na obra e ministério do Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Mais do que recontar e relembrar os fatos da vida do Messias, esta deve ser uma oportunidade para repassarmos a nossa vida espiritual e a nossa fé à luz dos ensinos do nosso Mestre, buscando resgatar o sentido completo de ser discípulo daquele que convida “Segue-me” (9.9).

 

A primeira lição desta série cobre os dois capítulos iniciais do livro, que nos apresentam o nascimento e a infância de Jesus. Convém notar que apenas dois dos 4 evangelhos, Mateus e Lucas, nos relatam fatos da vida de Cristo antes do início do seu ministério público.

No entanto, esses dois relatos são completamente diferentes. Não são conflitantes, mas cada um desses dois evangelistas conta fatos que não são apresentados pelo outro. Assim, em Lucas lemos muito sobre os detalhes da história de Maria, sobre a viagem até Belém e sobre os pastores e anjos a anunciar o evento. Lá aprendemos também sobre a apresentação de Jesus no templo e o seu retorno à Jerusalém, quando menino crescido.

Aqui em Mateus, o autor nos apresenta um outro lado da história, de maneira que a soma dos dois relatos que são disponíveis nos proporcionam uma visão mais completa daqueles acontecimentos singulares que inauguraram a era da graça, a era do Emanuel – Deus conosco.

 

É muito claro que o evangelho de Mateus foi escrito para uma audiência de

formação judaica. Provavelmente os destinatários originais desse relato foram

pequenos agrupamentos de judeus convertidos ao cristianismo e que se

reuniam em casas para a prática do seu culto.

Para estes, o autor quer evidenciar que Jesus Cristo é de fato o Messias prometido e esperado.

 

Assim, o relato se inicia apresentando a genealogia de Jesus Cristo, que começa em Abraão, o pai da nação e passa por Davi para evidenciar que como Filho de Davi, Jesus Cristo era o cumprimento da promessa tão esperada.

 

O relato do nascimento de Jesus Cristo é bastante sucinto, ficando reservadas para Lucas as narrativas mais belas. Já no capítulo dois, Mateus nos conta a visita dos magos, que guiados por uma estrela foram procurar por Jesus.

 

Foram procurar em lugar errado, em Jerusalém, até serem orientados a se dirigirem a Belém e lá poderem honrar e presentear o Cristo nascido. Devemos considerar este relato singular da visita dos magos sob dois aspectos.

 

Em primeiro lugar considerando as conseqüências imediatas dessa visita, que impulsionaram Maria e José, sob orientação divina, a fugirem com o menino Jesus para o Egito e poder escapar da sangrenta ira de um rei Herodes enfurecido com a perspectiva do nascimento do Messias aguardado, que poderia colocar em risco o seu trono e o seu poder.

 

O segundo aspecto deste relato que não pode deixar de ser considerado é que a visita destes estrangeiros, e a maneira como foram guiados ao encontro de Jesus, demonstra de modo claro que o ministério e a obra do Messias viriam a ter um alcance universal, não se restringindo ao povo judeu.

 

Desde o seu nascimento, Jesus é honrado e homenageado por gentios. Esta abrangência do alcance da Salvação de Cristo é por diversas vezes ressaltada ao longo do relato de Mateus, tornado este relato não apenas o mais judaico, mas também o mais universal dos evangelhos.

 

O relato da infância e juventude de Jesus Cristo termina com Mateus nos informando que tão logo o rei Herodes morreu, Deus apareceu pela terceira vez em sonho a José, orientando-o a retornar a sua terra. A orientação divina mais uma vez ainda se manifestaria para conduzir José não mais a região de Judá, mas a região da Galiléia onde a família se estabeleceu na cidade de Nazaré.

 

Assim Mateus explica à sua audiência porque Jesus Cristo viria a ser reconhecido como Jesus de Nazaré e não como Jesus de Belém.

 

Nestes dois capítulos iniciais do seu relato, Mateus utiliza por cinco vezes, citações de profetas do Velho Testamento, para evidenciar o cumprimento do anúncio profético no nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Pode parecer muita citação para tão pouco relato, mas tanto para os primeiros destinatários, como para nós esta ênfase é relevante.

 

Nada na vida de Jesus Cristo foi acidental. Durante todo o decurso de sua existência aqui na terra, O Senhor Jesus tão somente veio tornar completo aquilo que Deus estava anunciando desde a muito, através dos seus profetas.

 

Esta ênfase de Mateus evidencia que o evangelista não estava apenas preocupado em apresentar um relato, por mais bonito que tenha sido.

 

Há um ensino que o autor quer transmitir demonstrado, não só no relato destes episódios iniciais, mas ao longo de todo o evangelho, que Jesus Cristo é o enviado de Deus e como tal deve ser aceito e seguido.

 

Mateus não é história, embora contenha relatos de fatos históricos. Mateus é teologia nos falando das boas novas do Reino de Deus, nos demonstrando abundantemente que o Messias veio, e nos instruindo detalhadamente nos aspectos da implantação do Reino de Deus entre nós. “Certamente é chegado o Reino de Deus sobre vós” (12.28) Com esta percepção vamos nos apropriar de tudo o que Mateus nos quer transmitir.

 

Tenham todos um bom estudo bíblico.

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