Rádio Fonte da Vida

"As dimensões da mensagem de Cristo”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Mateus caps. 5 a 7

Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

Ouvintes amigos, juntos mais uma vez nos encontramos, para a continuação desta seqüência de reflexões sobre o evangelho segundo Mateus.  

 

A porção do texto bíblico que nos cabe examinar hoje compõe-se dos capítulos 5, 6 e 7 do Evangelho.

 

É o texto do Sermão do Monte. Antes de considerarmos o Sermão do Monte propriamente, vamos atentar um pouco para a estrutura do Evangelho de

Mateus.

 

O relato deste evangelista apresenta uma estrutura bastante sofisticada, cuja seqüência não é totalmente cronológica. Isto é, Mateus não se preocupou tanto com a ordem em que os acontecimentos que narra ocorreram, mas os tenta agrupar, de acordo com uma ênfase específica em cada parte do seu relato.

 

A chave para percebermos isto são os 5 discursos de Jesus que Mateus apresenta no seu livro, intercalando entre eles todo o restante do relato que quer apresentar.

 

O Sermão do Monte é o primeiro destes discursos, e nele a ênfase do ensino do Mestre é a Ética que Ele espera daqueles que se proponham a segui-lo.

 

O segundo discurso, encontramos no cap.10, onde o Mestre se ocupa de instruir os discípulos com relação à missão que terão a desempenhar.

 

O terceiro discurso está no capítulo 13, e nele o Mestre ensina sobre o

significado do Reino dos Céus.

 

O quarto discurso é encontrado no capítulo 18, quando Jesus ensina sobre a Igreja, estabelecendo as condições para o discipulado.

 

E, finalmente o quinto discurso encontra-se nos capítulos 24 e 25, compondo o sermão profético, ou o Sermão do Monte das Oliveiras, onde o ensino do

Mestre versa sobre o futuro e sobre o fim dos tempos.

 

Ao final de cada um destes discursos Mateus utiliza uma mesma expressão: “E havendo Jesus concluído todas estas palavras...”.. Visto isto, voltemos ao primeiro discurso.

 

Alguns estudiosos da Bíblia argumentam que este relato de Mateus capítulos 5 a 7 engloba palavras que Jesus ensinou em diversas oportunidades, não sendo um único discurso.

 

A quantidade e a profundidade do que Jesus ensina neste sermão seria de mais para poder ser absorvido em uma única oportunidade.

 

E de fato os ensinos são muitos e completos, igualmente demais para serem todos considerados nos poucos minutos que aqui temos.

 

Felizmente, a menos de um ano atrás o Sermão do Monte foi assunto de todo um trimestre de estudos bíblicos dominicais, de maneira que a análise dos

seus ensinos ainda deve estar presente na nossa memória e assim podemos nos restringir a considerar apenas algumas das conclusões que podem ser extraídas do Sermão do Monte.

 

(1) A diversidade e a abrangência dos assuntos aqui abordados por Jesus nos

lembra do custo de ser discípulo do Mestre.

 

Seguir os ensinos de Jesus tem implicações em todos os aspectos da nossa

vida.

 

Não podemos ser discípulos do Mestre se desejamos segui-lo apenas em

assuntos espirituais.

 

A ética, a moral, o nosso comportamento e a nossas atitudes todas devem estar de acordo com os preceitos apresentados.

 

Assim Jesus nos ensina como proceder nos relacionamentos com o nosso próximo e na nossa vida conjugal, tanto quanto nos ensina sobre oração e dependência de Deus.

 

O desafio para um completo discipulado, cobrindo todos os aspectos da

nossa vida está em todo o Sermão do Monte.

 

(2) – Jesus também neste sermão nos coloca frente a uma nova dimensão de

cumprimento da lei. Ele ensina que não veio destruir a lei, mas sim cumpri-la.

 

No entanto, lendo especialmente os versículos 21 a 48 do cap. 5, vemos que Jesus estabelece um padrão muito mais rigoroso do que aquele prescrito pela lei de Moisés, a que os judeus estavam acostumados.

 

Ser réu por desobedecer a lei não mais era uma questão de comprovadamente ter quebrado algum dos preceitos. Para Jesus, apenas a intenção de fazer o errado já tornava uma pessoa culpada.

 

Assim, somos lembrados que mais do que atos exteriores, Deus atenta para as nossas intenções e para os nossos mais secretos desejos.

 

A sinceridade de tudo aquilo que o discípulo faz é o que realmente conta para o verdadeiro seguidor do Mestre.

 

(3) – A nossa responsabilidade ativa é outro aspecto que devemos ressaltar no sermão.

 

“Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo...” (5.13,14). Não existe um

discipulado de contemplação, mas sim de ação.

A responsabilidade ativa diz respeito à nossa ação para transformar o mundo,

deixando nele a marca de sabor e de orientação que o verdadeiro cristão deve

sempre ter.

 

Ainda mais: a nossa responsabilidade ativa também diz respeito a nós esmos, nos muitos alertas do Mestre para não nos descuidarmos e não nos erdermos.

 

É por isso que o Jesus diz: “Não ajunteis para vós tesouros na terra...”

(6.19).

 

“Entrai pela porta estreita....” (7.13); “Guardai-vos dos falsos profetas...” (7.15).

 

(4) – E quanto à nossa religião, novamente somos chamados à completa sinceridade no nosso relacionamento com Deus.

 

A nossa vida espiritual não existe para os outros. Existe para Deus e para nós, e só a nós, individualmente, e ao nosso Pai Celeste interessa.

 

Não devemos orar, dar esmolas ou jejuar para sermos vistos pelos outros e

sermos reconhecidos como mais religiosos, mais cumpridores da lei ou mais especiais.

 

(5) - O alvo do verdadeiro discipulado é muito alto: “Sede vós perfeitos como é

perfeito o vosso Pai que está nos céus” (5.48) Pode parecer um alvo inatingível, utópico.

 

Se pensarmos assim, de nada vale qualquer dos ensinos deste sermão.

 

Por outro lado, se pensarmos que fomos criados à semelhança de Deus, e que

através de Jesus Cristo fomos resgatados para Deus, o desafio do sermão do Monte se coloca para nós como o permanente desafio da nossa vida de discípulo.

 

Por mais que ele possa ser inatingível, devido toda a nossa fragilidade e falácia humana, nós podemos nos comprometer em prosseguir para o alvo e deixarmos que incessantemente a perfeição de Deus aja na nossa vida.

 

(6) E para concluir esta abreviada revisão do Sermão do Monte gostaria que nos voltássemos para a parábola dos dois fundamentos, que Jesus usa para fechar o Sermão: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras, e as põem em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha”. (7.24).

 

A nossa responsabilidade individual no discipulado é claramente definida aqui.

 

Devemos tomar uma decisão, e teremos as conseqüências dela sobre nós.

 

Sejamos sábios, decidindo-se a seguir a Jesus.

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