Rádio Fonte da Vida

"Cristo concede plenitude de vida”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Mateus caps. 8 e 9

Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

Queridos ouvintes: Com alegria podemos novamente nos encontrar para a

continuação das reflexões no Evangelho Segundo Mateus, agora nos detendo nos capítulos 8 e 9.

O texto de hoje mais uma vez indica a organização que o autor deste Evangelho utilizou para apresentar a vida e a obra de Jesus.

 

Depois dos ensinos de Jesus aos seus seguidores, no Sermão do Monte dos

capítulos 5 a 7, nestes capítulos 8 e 9 a ênfase é colocada nos milagres de Jesus.

 

O livro todo de Mateus relata especificamente 20 milagres, dos quais a

metade - 10 estão nestes dois capítulos que ora consideramos.

 

Embora já tenha se referido, de maneira genérica a milagres realizados por Jesus (4.24), Mateus procura relatar um numero suficiente de milagres para que não permaneçam dúvidas quanto ao poder divino do Messias sobre as doenças, sobre os endemoninhados e sobre a própria natureza.

 

A preocupação em organizar o material apresentado também se evidencia na maneira como o autor agrupa os milagres em 3 séries de 3 milagres, sendo que um deles é milagre duplo.

 

Separando as séries de milagres, estão relatados episódios ocorridos no

ministério do Senhor Jesus na Galiléia.

 

O capítulo oito se inicia com a primeira série de milagres: A cura de um leproso, a cura do servo paralítico do centurião e a cura da sogra de Pedro.

 

É relevante se deter um pouco mais no episódio que envolve o centurião.

 

Ele é um estrangeiro e suplica por um milagre não para si, mas para o seu

servo.

 

Ele tinha consciência da sua inferioridade racial frente a Jesus, pois não

permite que Jesus vá à sua casa, julgando-se indigno de receber o Mestre sob o seu teto.

 

A fé deste centurião o faz desejar receber de Jesus a palavra de poder para

livrar o seu criado da paralisia que o atormentava.

 

E o centurião é recompensado pela sua fé, e mais do que isto é colocado como exemplo para todo Israel.

 

Mais uma vez Mateus, no mais judaico dos relatos da vida de Cristo, ressalta a abrangência universal da obra do Messias, registrando as palavras de Jesus de que ninguém deve se espantar de encontrar no Reino dos céus, sentados à

mesa entre Abraão, Isaque e Jacó, estrangeiros vindos do mais distante

ocidente e do mais longínquo oriente.

 

A segunda seqüência de milagres é apresentada a partir do verso 23 deste

cap.8, até o verso 8 do cap.9: Jesus dominando a tempestade, Jesus dominado os demônios e mais uma vez curando um paralítico.

 

Em cada um destes milagres, as realizações de Jesus provocam espanto e

espalham a fama do Mestre.

 

No entanto, o evangelista não deixa de registrar que as realizações de Jesus também provocam reações negativas naqueles que se sentem incomodados com a atuação de Jesus.

 

Foi o caso dos moradores de Gadara que pedem a sua saída da cidade e foi o caso dos escribas que se indignam com a autoridade de Jesus em perdoar os

pecados do paralítico de Cafarnaum.

 

Este é o primeiro registro em Mateus da crescente oposição dos escribas e fariseus contra Jesus Cristo.

 

O terceiro agrupamento de milagres compõe-se da ressurreição da filha de

Jairo, intercalada pela cura da mulher com hemorragia, a cura de dois cegos e a cura de um mudo endemoninhado.

 

Vemos no relato da cura dos cegos, que eles clamam por Jesus como o Filho de Davi, num reconhecimento claro de Jesus como o Messias prometido.

 

Como conclusão para a revisão destes milagres, podemos fazer uso do comentário de Myer Pearlman em seu “Através da Bíblia livro por livro”, de que estes relatos apresentados nos mostram que assim como Jesus Cristo têm poder sobre as doenças, a morte, os demônios e a natureza, ele também pode garantir a vitória sobre o pecado, sobre a morte, sobre o Inferno e de

fato pode libertar o mundo da maldição.

 

Passemos agora a nos deter por um pouco nos episódios intercalados entre os relatos destes milagres.

 

A partir do cap.8 v.18 o autor apresenta dois candidatos a seguidores de Jesus que foram reprimidos.

 

O escriba, que se prontifica a seguir a Jesus por qualquer lugar recebe uma resposta que nos fica enigmática: “... O filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”.

 

O segundo se dispõe a seguir o mestre, desde que sua prioridade com relação a seu pai fosse atendida.

Estes dois episódios vêm a confirmar a necessidade de tomarmos a sério o compromisso de ser discípulo do Senhor Jesus.

 

No capítulo 9, verso 9, encontramos o relato da chamada de Mateus, convocado de dentro da coletoria romana de Cafarnaum para seguir a Jesus, o que prontamente fez. O relato deste episódio têm sido utilizado como uma pista para o esclarecimento da autoria deste evangelho.

 

Muitos estudiosos não aceitam que este relato da vida de Jesus tenha sido escrito por Mateus, integrante do grupo apostólico.

 

No entanto, os que creditam ao apóstolo Mateus a autoria deste evangelho, usam este texto como um dos mais fortes argumentos de tal autoria, pois somente neste texto o publicano é chamado pelo nome grego Mateus, quando nos outros 2 evangelhos onde o mesmo relato é encontrado, se utiliza o nome judaico Levi.

 

Na casa de Mateus vemos os fariseus se opondo a Jesus, naquilo que classificam como descuido do Mestre em sentar à mesa junto com publicanos e pecadores.

 

Para os fariseus era inconcebível tal mistura, se de fato Jesus era o Messias.

 

A resposta de Jesus enfatiza o caráter da sua missão, de buscar os pecadores e de curar os enfermos.

 

E a partir do versículo 35 deste capítulo 9 vemos Jesus se confrontando com a

realidade das multidões não atendidas.

 

Por mais que ele percorria todas as cidades e aldeias, as multidões continuavam a buscá-lo, e Jesus não via as multidões que se ajuntavam para admirá-lo ou prestigiá-lo.

 

Jesus se compadecia delas e via nelas pessoas sem rumo, tal como ovelhas

desgarradas.

 

Não lhe era possível atender a todos e a ajuda era necessária.

 

O pedido de Jesus aos seus discípulos continua válido hoje, como em todos os tempos, pois a realidade da carência espiritual das multidões é a mesma.

 

“Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a seara”. (9.38).

 

Agora as bases do ministério de Jesus estão lançadas. O que se exige dos seus seguidores já foi ensinado.

 

A demonstração da procedência divina de Cristo já foi efetuada, com o relato de tantos milagres.

 

Os discípulos já estão sendo chamados. É ora de falar da missão. Este é o assunto do segundo discurso que Mateus apresenta e que nos ocupará no próximo encontro.

 

Tenham todos um bom estudo bíblico.

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