Rádio Fonte da Vida

"A missão dos seguidores de Cristo”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Mateus caps. 10 e 11

Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

Na continuação desta série de reflexes bíblicas sobre o Evangelho segundo

Mateus, pela graça de Deus estamos mais uma vez juntos, para considerar os caps. 10 e 11.

 

Neste trecho do seu relato da vida de Cristo, o evangelista se concentra na

missão dos seus discípulos, relatando as instruções de Jesus a acerca de como os discípulos deveriam proceder ao saírem para espalhar a mensagem das Boas Novas.

 

O cap.10 nos apresenta o segundo dos 5 discursos de Jesus que o livro registra, tratando sobre “A Missão dos seguidores de Cristo”.

 

Agora, o grupo apostólico está completo. Embora Mateus apenas registre a chamada de 5 dos seus discípulos, aqui estão listados todos os 12, reunidos em duplas, a quem Jesus conferiu autoridade sobre os espíritos imundos e poder para curar toda sorte de doenças e enfermidades.

 

A partir do verso 5 e até o final do capítulo, encontramos então as instruções, que embora dirigidas diretamente aos discípulos, é por extensão dirigida a todos os que desejam e se sentem compelidos a fazer parte da missão do cristianismo, em qualquer época.

 

Para análise deste discurso, utilizo o roteiro do pr. James Montgomery Boice no seu recente e inspirado livro “Comentário expositivo do Evangelho de Mateus”.

 

Estas instruções do Mestre para os seus discípulos podem ser divididas em 2 partes: A primeira do verso 5 ao 16 e a segunda cobrindo os versos 17 a 42.

 

Na primeira parte, Jesus ensina sobre o que os discípulos deveriam fazer na missão, enfocando 5 aspectos: (1) onde eles deveriam desenvolver seu trabalho, e vemos no verso 6 que naquele momento o foco eram “as ovelhas perdidas de Israel”, sendo que tanto os gentios como os samaritanos não deveriam estar inclusos na preocupação dos discípulos.

 

 

 

Esta instrução nos lembra do foco e da prioridade que qualquer missão deve ter, visto a imensidão da seara pronta para a colheita.

 

A seguir (2) Jesus define a mensagem que deve ser apresentada: “É chegado o reino dos céus”.

 

(v.7), definindo então (3) como os discípulos deveriam tratar o aspecto monetário da sua missão, nos versos 9 e 10, de onde podem ser tirados preciosos princípios para nós, quais sejam: O evangelho deve ser oferecido sem preço; O povo de Deus deve dar a condição necessária para aqueles que se entregam a cumprir a missão de Cristo e os que vão a missão devem, acima de tudo, confiar em Deus a provisão das suas necessidades materiais.

 

Depois (4) Jesus fala sobre o que os discípulos devem esperar da sua missão.

 

Nos versos 11 a 15 o Mestre lembra que alguns receberiam de bom grado a

mensagem, enquanto de outros se poderia esperar a rejeição.

 

E finalmente, (5) Jesus apresenta o caráter que os discípulos deveriam ter, como ovelhas no meio de lobos, prudentes como as serpentes e inocentes como as pombas.

 

Na segunda parte do discurso, Jesus elabora mais sobre o que os discípulos

deveriam esperar e qual deveria ser o comportamento frente ao que vierem a

vivenciar no cumprimento da missão.

 

Estes ensinos são: (1) Oposição deve ser esperada “Acautelai-vos dos homens, porque eles vos entregarão aos sinédrios e vos açoitarão nas sinagogas”.

 

(v.17). Mas, de modo algum (2) os discípulos deveriam se sentir amedrontados, pois por fim a verdade triunfaria (v.26-27); o corpo não é o que importa, mas sim a alma (v.28); e a soberania de Deus está sobre todas as coisas (v.29-31).

 

Jesus ainda instrui que (3) O nome de Cristo deve ser confessado abertamente (v.32-33) e por fim que (4) O reconhecimento do trabalho feito não será esquecido (v.41-42).

 

Concluídas as instruções aos discípulos, Mateus utiliza o capítulo 11 para

demonstrar que os milagres operados por Jesus e a fama decorrente deles não

produziam um numero elevado de seguidores, visto que a rejeição estava

latente em todo lugar.

 

Novamente João Batista entra em cena. Ele já estava preso e logo mais seria morto, por ordem do rei Herodes, para satisfazer o desejo da amante do rei (14.1-12), mas agora João Batista envia alguns dos seus discípulos para esclarecer com Jesus suas dúvidas a respeito do Mestre: “És tu aquele

que havia de vir, ou havemos de esperar outro?”.

 

 

(v.3) Fica-nos claro o contraste entre o ministério de João Batista e o de

Jesus. Marcos relata (Mc.2.18) que os seguidores de João estranhavam os

seguidores de Jesus que não jejuavam, e esta diferença de estilo deve ter levado João a querer na prisão a confirmação de Jesus como o Messias.

 

A resposta do Mestre é muito sábia. Em vez de defenderse a si ou o seu estilo, Jesus pede apenas que os enviados de João voltem a ele relatando os frutos do ministério de Jesus, pois os frutos seriam a mais clara prova a

favor do Mestre.

 

Jesus aproveita em seguida para testemunhar para a multidão a respeito de João Batista, e do seu trabalho como o Elias que haveria de vir precedendo

o Messias.

 

É um tributo de Jesus a João Batista. Mas Jesus aproveita a oportunidade para também repreender a multidão, comparando o povo a meninos amuados que não sabem o que querem e nunca estão contentes com o que está sendo

oferecido.

 

Se as músicas são alegres, não querem brincar; se as músicas são tristes,

não querem prantear.

 

Parecem serem sempre da turma “do contra”. João Batista não era ouvido porque seu rigor o fazia parecer o demônio.

 

Jesus não era seguido porque participava de festas com publicanos e pecadores e assim não era digno de merecer atenção.

 

Mas Jesus termina lembrando algo que deve ser o critério sempre.

 

São as obras, isto é as conseqüências, os resultados que devem ser considerados.

 

O estilo pode variar, mas a intenção que se materializa naquilo que é feito é que deve merecer a nossa consideração final.

 

A reprimenda de Jesus contra a sua rejeição continua com a citação das

cidades que viram os sinais de Jesus e não creram.

 

As cidades judaicas de Corazim, Betsaida e Cafarnaum sofrerão muito mais

no juízo final que as cidades gentias de Tiro e Sidom, e mesmo mais que

Sodoma, a cidade do pecado de Gn. 19, por que viram os sinais, mas não creram no Messias que agiu ali.

 

Em conclusão, os sábios, os entendidos, isto é, os privilegiados, e os que tiveram a primazia no contato com o Reino de Deus não conseguiram assimilar o que estava se passando, mas, Jesus agradece ao pai, porque esta mesma verdade foi revelada aos pequenos.

 

 

E a todos estes desfavorecidos, aos cansados e aos oprimidos, o Reino de Deus está acessível e Jesus pode ser encontrado para o alívio.

 

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de

coração, e achareis descanso para as vossas almas, Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.(v.29-30)

 

Voltar
https://grupovidafamiliacalixto.negocio.site/