Rádio Fonte da Vida

"Cristo e a natureza do Reino de Deus”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Mateus caps. 12 e 13

Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

Caros ouvintes: Com alegria e pela graça de Deus podemos nos encontrar para mais uma reflexão no evangelho segundo Mateus, nos ocupando hoje dos capítulos 12 e 13.

 

Ao longo do capítulo 12, o evangelista vai mostrando como a oposição ao ministério de Jesus Cristo ia crescendo, deixando de ser apenas a indiferença daqueles que, embora se empolgassem com os milagres que viam sendo realizados e se envolvessem com os discursos do mestre, não queriam de fato um compromisso efetivo de identificação com Jesus.

 

Agora a oposição começa a se tornar efetivamente uma contestação e um confronto das autoridades religiosas com o Mestre.

 

Pela primeira vez Mateus nos informa que os fariseus já estavam articulando a

eliminação física de Jesus (v.14).

 

Mas o ministério de Jesus e o preparo dos seus discípulos ainda não estavam concluídos e por isso Jesus se retira (v.15).

 

Creio que não é demais ressaltar novamente como toda obra de Cristo aqui na terra não foi resultado de algum acaso.

 

Agora vemos Jesus evitando o confronto com os seus opositores.

 

Veremos adiante que na hora certa, Jesus se dirigirá para Jerusalém para

deixar-se nas mãos dos seus inimigos e assim cumprir totalmente o propósito da sua vinda.

 

O que vemos nesta primeira metade do capítulo 12 é que qualquer ato de Jesus virava pretexto para crítica.

 

Se de alguma maneira se pudesse ver que havia um desrespeito à lei, como quando os discípulos colhem espigas no sábado para matarem a fome, Jesus é repreendido.

 

Se o homem de mãos atrofiadas é curado no dia santificado, igualmente Jesus é criticado.

 

Se um demônio é curado, então os fariseus entendem o livramento como uma

ação entre demônios, isto é um demônio mandando embora outros demônios.

 

E em confronto às atitudes dos fariseus vemos Jesus aproveitando todas estas

oportunidades para ensinar.

 

Podemos ver nestes ensinos de Jesus um triplo objetivo: Repreender os seus contestadores, mostrando os seus erros e sua visão incorreta dos ensinos divinos; Sensibilizar o grande público para que dentre deles mais alguns pudessem ver em Jesus o Messias esperado; e formar os seus discípulos, aprimorando o seu ensino.

 

No capítulo 13 encontramos o terceiro dos discursos de Jesus que Mateus

apresenta, o chamado ensino sobre o Reino dos Céus.

 

A expressão Reino dos céus marca o livro de Mateus. Por 32 vezes tal expressão é usada no relato, e fora de Mateus ela não é utilizada nenhuma outra vez em todo o Novo Testamento.

 

Adicionalmente, a expressão Reino de Deus é utilizada outras 19 vezes,

o que justifica Mateus ser subtitulado como o Evangelho do Reino.

 

E aqui no capítulo 13 encontramos uma parte substancial dos ensinos sobre este reino, quando Jesus, utilizando magistralmente do recurso das parábolas, nos ensina: “O Reino de Deus é semelhante a...” São 8 parábolas contidas neste capítulo, sendo que a última delas, relatada em uma frase

no verso 52, normalmente não é contada, visto que na maioria dos comentários

bíblicos encontramos referência às 7 parábolas de Mat.13.

 

As duas primeiras parábolas nos falam claramente das dificuldades associadas à implantação do Reino de Deus aqui na terra.

 

O semeador que espalha a boa semente não pode esperar que toda a semente vá produzir frutos.

 

Parte significativa da semeadura vai se perder por sobre a terra batida dos

caminhos, pelo terreno cheio de pedras que impossibilitam o florescimento da planta e pelos espinhos que competindo com a planta impedem que ela frutifique.

 

A segunda parábola nos é ainda mais desalentadora. Mesmo considerando

apenas a semente que frutifica, ainda assim deve-se lembrar que ela crescerá

competindo com o joio que o inimigo plantou no meio do trigo bom, e assim,

plantas boas e ruins crescerão juntas até chegar o momento de poderem ser

separadas, e o joio infrutífero poder ser jogado no fogo e queimado.

 

 

Jesus estava ensinando aquilo que a vivência com as multidões já estava mostrando: a dificuldade e os desafios da implantação do Reino dos céus aqui na terra.

 

As duas parábolas seguintes, do grão de mostarda e do fermento nos apresentam certa dificuldade de entendimento.

 

Duas interpretações totalmente inconciliáveis são defendidas por diferentes correntes de estudiosos da Bíblia.

 

Uma destas interpretações, que pode ser chamada de triunfalista ensina que com estas parábolas Jesus queria anunciar a rápida expansão do reino a ocorrer .

 

O pequeno grão de mostarda vira uma árvore frondosa e vistosa. A pequena porção de fermento, colocada no meio de grande volume de farinha age para transformar toda a massa.

 

Assim, diz esta corrente, o rápido e vigoroso crescimento do Reino de Deus e o

seu poder transformador seria percebido muito logo e muito alto em todo o mundo.

 

A segunda interpretação, não tão comum, parece mais apropriada.

 

Jesus não está querendo ensinar que o Reino dos céus triunfará rápida e espetacularmente.

 

Jesus quer ensinar sobre os perigos que surgirão durante a implantação do Reino.

 

A precaução já estava transmitida na parábola do Semeador e na parábola do Trigo e do e agora continua a ser transmitida na parábola do grão de Mostarda.

 

O grão de mostarda é uma hortaliça, ensinam-nos os estudiosos da Bíblia, com um ciclo anual de crescimento.

 

Portanto naturalmente não se espera que uma hortaliça cresça tanto que venha a abrigar aves nos seus galhos.

 

Assim, o que Jesus quer alertar é sobre o desvirtuamento do crescimento do reino de Deus, que poderia vir a servir de abrigo para interesses totalmente

incompatíveis com o propósito original do Reino dos Céus.

 

O mesmo raciocínio é também aplicável à parábola do fermento, nos lembrando que um pequeno erro, um pequeno desvio, tal como o fermento, é

suficiente para subverter toda a massa, que pela ação da levedação sofre um

processo de deterioração, perdendo as suas características originais.

 

 

 

Nas duas parábolas seguintes, o Mestre enfatiza o valor do reino dos céus, que

deve ser buscado como a coisa mais preciosa por todos quantos sabem o

significado do verdadeiro valor da boa pérola e do tesouro escondido.

 

Os mistérios do reino, já ensinou Jesus (13.25) estão ocultos aos sábios e

entendidos, mas a todos aqueles que compreendem o valor que o reino têm

farão todo o esforço para ficar no reino, por mais difícil e pouco que possa ser o

progresso da implantação deste reino.

 

Refletir sobre a vida de Jesus com Mateus é buscar o melhor tesouro.

 

Façamos isto com dedicação e amor.

 

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