Rádio Fonte da Vida

"Cristo e a ética do Reino”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Mateus caps. 16 a 18

Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

Amigos ouvintes: Com alegria e pela graça de Deus aqui nos encontramos para a continuação desta série de reflexões sobre o Evangelho segundo Mateus.

 

Continuamos hoje naquele período do ministério de Jesus Cristo conhecido como a época das retiradas, quando o Mestre busca afastar-se das grandes multidões para estar mais próximo dos 12 discípulos e transmitir o que lhes era necessário ensinar, em vista da aproximação da morte na cruz.

 

Revemos hoje os capítulos 16 a 18, que nos apresentam verdades contundentes que Jesus transmite aos seus discípulos.

 

Para nós estes ensinos estão assimilados, pois fazem parte do fundamento do

cristianismo, embora tenhamos que voltar a eles sempre, para não perder nada do seu sentido.

 

Para os primeiros ouvintes destas palavras o impacto deve ter sido forte, e a

completa apreensão do sentido delas apenas pôde ocorrer após o fim do ministério terreno do Mestre, quando os ensinos e a obra de Cristo puderam ser entendidos na sua perspectiva integral.

 

O capítulo 15 se inicia com mais um relato dos inimigos de Jesus procurando o tentar, agora pedindo um sinal dos céus.

 

Vemos que as duas correntes oponentes do judaísmo, os fariseus e os saduceus, que mantinham posições inconciliáveis, aqui se juntam no propósito de atacar Jesus.

 

E o Mestre aproveita o pretexto para alertar os discípulos sobre a necessidade de não se dar ouvidos a doutrinas estranhas, que, tal como o fermento, mesmo em pequenas doses, pode alterar toda a massa com a qual tem contato.

 

A pureza e a integridade dos ensinos de Jesus devia, como ainda hoje deve ficar preservada.

 

Fica evidente neste episódio a desintonia entre os discípulos e Jesus Cristo.

 

O Mestre falava de verdades espirituais, e os discípulos não conseguiam ainda abandonar a perspectiva material, se culpando de não terem sido previdentes em trazer o alimento.

 

Enquanto as preocupações terrenas e imediatas enchem as nossas mentes não podemos nos conectar às coisas espirituais, ainda que as necessidades

materiais tenham sido abundantemente supridas, como no texto, com duas

multiplicações de pães relatadas nos capítulos imediatamente precedentes.

 

A partir do verso 17, Jesus introduz aos seus a sua verdadeira identidade e o

verdadeiro sentido da sua missão: Cristo, o filho de Deus, que como pedra de

fundamento seria a base para se edificar a Igreja.

 

Mateus é o único dos evangelistas que utiliza a palavra Igreja. Apenas por

duas vezes, aqui e em 18.17, se menciona Igreja nos 4 evangelhos.

 

E a verdadeira igreja, aquela que tem as chaves do Reino dos Céus somente é

aquela que está firmemente alicerçada na crença de Cristo, o filho de Deus.

 

Imediatamente em seguida, Jesus começa a preparar os seus para os acontecimentos em Jerusalém que culminariam com a sua morte, enfatizando que a morte não seria o fim, pois haveria a ressurreição ao terceiro

dia.

 

Pedro, que corretamente expressou a identificação de Jesus Cristo, ao ouvir tão sérias previsões, dá mais uma demonstração de imaturidade ao tentar

querer conduzir a vida do Mestre repreendendo-o pelo que havia declarado.

 

A imaturidade continua a ser demonstrada com o menino epiléptico que os discípulos não conseguem curar, e que precisou ser trazido a Jesus (17.16 e 17), e quando os discípulos se interessam em saber quem seria o maior no Reino dos Céus

 

(18.1) E todos estes episódios vão sendo utilizados pelo Mestre para instruir os discípulos e os preparar para os acontecimentos que estavam em vias de se suceder.

 

Note-se ainda, que por duas vezes Jesus instruiu os seus discípulos a manterem segredo a respeito do que lhes estava sendo ensinado e o que presenciavam (16.20 e 17.9).

 

Não era ainda a oportunidade de tornar amplamente conhecido o que Jesus queria que soubessem.

 

No capítulo 18, vemos o quarto dos 5 discursos de Jesus em Mateus, quando são apresentados ensinos para a comunidade dos salvos, organizados em Igreja.

 

Jesus começa falando sobre a humildade como condição para o ingresso no Reino dos Céus.

 

Para homens como os discípulos preocupados em definir quem seria quem

no reino que Jesus estava implantando, a resposta do Mestre foi  desconcertante: “... Se não vos converterdes e vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (18.3)

 

Da lição de humildade, Jesus passa para a lição da responsabilidade de cada um em relação ao outros, alertando para que ninguém se transforme em tropeço para o seu semelhante.

 

Segue-se a parábola da ovelha extraviada nos lembrando do valor individual de cada pessoa.

 

Não são as 99 ovelhas seguras no curral suficientes. É preciso que a centésima seja incansavelmente buscada, pois “... não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos”. (18.14)

 

O discurso continua com as instruções de como proceder com um irmão errado, onde o papel da Igreja é ressaltado.

 

E por fim, Jesus nos apresenta a grande lição sobre o perdão.

 

O assunto é proposto por Pedro, sobre quantas vezes o erro de um irmão

devia ser perdoado, e o Mestre amplia imensamente a perspectiva de perdão que Pedro deve ter julgada como generosa quando a apresentou.

 

Jesus reforça o seu ensino com a parábola do credor incompassivo.

 

Não podemos meditar nesta parábola sem considerarmos em que temos nos assemelhado ao personagem que Jesus utiliza.

 

Somos perdoados por Deus na grande dívida acumulada pelos nossos pecados contra o Pai celeste e por outro lado somos tão severos em cobrar a

falta do nosso irmão para conosco.

 

A verdade final que Jesus quer transmitir deve ecoar em nós: O perdão de Deus só se faz efetivo quando nós somos capazes de perdoar com generosidade.

 

Lições densas e de grande significado estão contidas neste trecho do relato do

evangelista.

 

Temos que gastar tempo em buscar a completa compreensão do que significa para nós cada um destes ensinos.

 

Eles são uma parte substancial da nossa fé e do nosso relacionamento com Deus e com os nossos irmãos.

 

Não deixemos também de nos esforçar em buscar cada vez mais a maturidade da nossa vida cristã, mesmo que, como os discípulos, as nossas provas de imaturidade se acumulem.

 

No nosso desejo de buscarmos a “. medida da estatura da plenitude de Cristo”.(Ef. 4.13), nos esforcemos em conhecer mais e melhor a Jesus, o nosso Salvador e Senhor.

 

Voltar
https://grupovidafamiliacalixto.negocio.site/