Rádio Fonte da Vida

"Cristo e o resumo da lei”

27 NOV 2015
27 de Novembro de 2015

Mateus caps. 21 e 22

Preparado e Ministrado por Gerson Berzins

Pela graça de Deus podemos novamente nos encontrar para a continuação desta série de reflexões sobre o Evangelho segundo Mateus.

Na nossa revisita a este relato da vida de Jesus, vamos hoje entrando na

última semana de vida do nosso Salvador, começando a considerar os acontecimentos que ocorreram em Jerusalém e nos seus arredores, nos dias finais da missão de Cristo aqui na terra.

 

Nosso texto hoje cobre os capítulos 21 e 22 do relato de Mateus, e ele começa nos apresentando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, naquele domingo que ficou para sempre conhecido como o Domingo de Ramos.

 

Esta multidão que se reune para ver o Messias chegando na cidade será uma das últimas aglomerações favoráveis ao Mestre, que o aclama e o honra.

 

Veremos ao final desta mesma semana multidões instigadas contra Jesus.

 

Não devemos deixar de notar alguns pontos que se destacam neste relato.

 

Como já visto em outras oportunidades, aqui também nada é intencional ou decorrência de acaso.

 

Esta entrada em Jerusalém demonstra-se ter sido cuidadosamente preparada.

 

O preparo envolveu pessoas de fora do círculo dos discípulos, como vemos no jumento requisitado pelo Mestre.

 

O mesmo Jesus que em oportunidades anteriores procurou se afastar das

autoridades judaicas, com o claro propósito de não se expor em demasia, agora vai ao encontro destas mesmas autoridades, no seu lugar mais importante, no tempo mais solene da Páscoa, e de um modo ostensivo

chegando embaixo da total aclamação de “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor”.(v.9).

 

O resultado não podia ser diferente daquele que Mateus nos informa: “agitou-se a cidade toda” (v.10).

 

Note-se ainda que neste episódio Jesus não dirigiu qualquer palavra.

 

A força simbólica do ato era grande, fazendo com que Mateus mais

uma vez evoque uma promessa profética, lembrando Zacarias 9.9.

 

Os acontecimentos que se sucedem ao longo destes capítulos 21 e 22 estão

todos de certo modo conectados, evidenciando o rompimento final de Jesus

com a religião judaica tradicional, pela total incompatibilidade dos ensinos do

Mestre com a prática religiosa prevalecente, que era baseada em regras e comportamentos exteriores, já sem qualquer vínculo com a verdadeira

motivação interior de buscar a Deus e procurar fazer a Sua eterna vontade.

 

Todos os relatos que se sucedem ressaltam esta mesma realidade.

 

A purificação do templo (21.12-17) mostra como o verdadeiro espírito da

celebração da Páscoa foi transformado em evento comercial, e a casa de Deus foi transformada em um covil de salteadores.

 

A seguir, a lição da figueira (21.18-22) é uma evidente condenação de Israel como nação. Ao longo da Bíblia a figueira é sempre um símbolo de Israel, e Deus esperava que a figueira desse frutos, mas por mais vistosa que ela estivesse, Jesus nela procurou frutos e não os achou e por isso a amaldiçoou, vindo ela a secar-se imediatamente.

 

Há similitudes entre este episódio e a parábola da vinha, que o profeta Isaías apresentou (Is. 5.1-7).

 

Como sempre, devemos atinar a estes episódios, tanto da purificação do templo como da figueira, para nos auto-analisarmos, pessoalmente e como organização religiosa, e perguntar se não é necessária uma purificação, na medida em que temos permitido que interesses monetários se tornem  prioritários na nossa prática espiritual.

E quanto aos frutos – São eles encontrados? Se alguém, como Jesus fez,

vasculhar atentamente a frondosa organização religiosa, bonita, vistosa,

impressionante, irá encontrar frutos?

 

O restante dos relatos do nosso texto de hoje podem ser agrupados em 2 temas:

(a)   confronto das autoridades religiosas com Jesus, procurando testá-lo, e (b) ensinos de Jesus a respeito da rejeição que ele estava sofrendo.

 

Nos confrontos, temos: (1) Jesus sendo questionado quanto a sua autoridade

(21.23-27), quando ao fim do diálogo os sacerdotes e anciãos do templo que o

queriam interrogar ficam sem ação para continuar a argumentação.

 

(2) Os fariseus se articulam para preparar uma maneira de tentar encurralar o Mestre (22.15-22) e optam procurar colocar Jesus contra as autoridades romanas, questionando sobre o pagamento de tributos.

 

A questão era muito sagaz. Sendo Jesus o Messias que proclamava ser, ele não podia aceitar a dominação romana sobre o povo judeu e devia então incitar a desobediência civil, pelo não pagamento dos tributos exigidos.

 

Se assim fizesse, deveriam pensar os fariseus, só restaria entregar Jesus para as autoridades romanas.

 

Se ao contrário, Jesus aprovasse o pagamento de impostos, a questão seria: Que Messias é este que se sujeita a uma potência estrangeira?

 

A resposta de Jesus, além de novamente evidenciar o caráter espiritual do seu reino, deixa os fariseus sem ação. (3) Seguindo, os saduceus tentam Jesus com perguntas também sagazes sobre a ressurreição (21.23-33).

 

Somente conseguem fazer que os ouvintes da disputa se maravilhem com

Jesus. (4) Na derrota dos saduceus, os fariseus voltam a tentar o Mestre,

questionando qual seria o maior mandamento e questionando sobre o

relacionamento entre Davi e Messias.

 

A evidente superioridade de Jesus nos debates, leva todos seus opositores a

decidirem não mais se utilizar desse método para tentar desmoralizar Jesus,

pois os resultados vinham sendo opostos aos desejados.

 

Nos ensinos de Jesus, encontramos 3 parábolas que tratam da sua rejeição: (1) A parábola dos 2 filhos (21.28-32) que ressalta a necessidade de decisões corretas serem acompanhadas de atos coerentes, o que de fato não estava ocorrendo com o judaísmo.

 

(2) A parábola dos lavradores maus (21.33-46) é uma referência direta á

rejeição de Jesus, o filho de Deus, pelas autoridades religiosas.

 

A referência foi claramente entendida pelos sacerdotes e fariseus, que somente não agiram contra Jesus por temerem o povo.

 

E (3), a parábola das bodas (22.1-14) mostra a rejeição da graça de Deus por todos aqueles que, como as autoridades religiosas, estavam recusando o convite generoso e privilegiado que tinham recebido.

 

O mais contundente pronunciamento de Jesus contra os escribas e fariseus está apresentado no cap.23, mas isso já é assunto para o nosso próximo encontro.

 

Que Deus nos abençoe no estudo da sua Palavra, e que a nossa revisão da vida de Cristo sirva para continuadamente louvarmos e agradecermos a Deus pela maneira maravilhosa com que ele nos resgatou e nos trouxe para junto de Si.

 

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