Mateus caps. 25 e 26
Preparado e Ministrado por Gerson Berzins
Queridos irmãos e amigos ouvintes, desejamos que a benção da presença de
Deus continue com todos nós e também que esteja conosco nestas reflexões no texto bíblico do Evangelho segundo Mateus.
Já vamos caminhando para o final desta série de 13 estudos, quando neste
penúltimo encontro nos detemos nos capítulos 25 e 26 desse relato da vida do
Nosso Senhor Jesus Cristo.
O capítulo 25 contém a continuação do Sermão Profético, ou Sermão do Monte das Oliveiras, cuja primeira parte já foi considerada no encontro anterior.
Este capítulo é composto das três últimas parábolas de Jesus que Mateus registra.
A parábola das 10 virgens, nos primeiros 13 versos é mais uma contundente
admoestação sobre a necessidade de não descuidarmos na espera da volta de Cristo.
“Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora” (v.13). A segunda parábola, a dos talentos, nos alerta para a necessidade de trabalhar pelo Reino dos Céus utilizando totalmente os dons que do Senhor recebemos para o benefício do Reino dos Céus.
A hora da prestação de contas virá, quando de nós será requerido apresentar o
que granjeamos com aquilo que nos foi confiado.
E a terceira parábola, conhecida como das ovelhas e cabritos, ainda que não
seja este o título comumente utilizado para o trecho dos versos 31 a 46.
Aqui Jesus ensina sobre o Juízo Final que ocorrerá na volta de Cristo a terra, e sobre a recompensa eterna reservada a cada um, de acordo com a sua vida aqui na terra.
O início do capítulo 26 nos apresenta o encerramento deste discurso, quando Jesus mais uma vez, e agora em detalhes antecipa os acontecimentos dos próximos dias.
Com este discurso está encerrada a fase instrutiva do ministério de Cristo.
A assimilação destes ensinos pelos discípulos somente será completada após
os acontecimentos que ainda estão por vir, mas tudo o que precisavam saber, já está transmitida.
Terão agora apenas que relembrar os ensinos do Mestre e vivenciá-los por si mesmos, pois logo não mais terão Jesus com eles.
E assim começa o drama da Paixão de Jesus Cristo.
Atentemos para estes 5 primeiros versos do cap.26. Jesus anuncia
a sua morte para a Páscoa, a ocorrer em dois dias.
Jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo. 1.29) deve ser
sacrificado na Páscoa, e desta maneira inaugurar a nova aliança, marcada pelo
sacrifício perfeito, completo e suficiente de Cristo.
Não é isto que está na intenção das autoridades religiosas: Elas temem
matar Jesus durante a festa, pela comoção que a prisão de Jesus poderia provocar na grande multidão presente em Jerusalém.
Os sacerdotes e os anciãos prefeririam evitar o risco de tumulto e deixar a festa
passar, mas os fatos se precipitarão e de novo, a intenção humana não prevaleceria diante do plano divino.
Estamos na noite de terça feira. Jesus se retira de Jerusalém para a proximidade de Betânia, onde moram seus amigos, e na casa de Simão ele é ungido.
Na mesma noite, Judas definitivamente se decide contra Jesus, acertando com as autoridades do templo o preço da traição.
Já na quinta feira, encontramos Jesus se ocupando dos preparativos para a
comemoração da Páscoa, com os discípulos.
Assim como na chegada a Jerusalém, tudo estava providenciado para
a comemoração - Jesus continuava no comando dos preparativos e ao final do
dia, todo os discípulos se põem à mesa junto com Jesus.
A revelação da traição, com a indicação de Judas como o traidor e a instituição do memorial da Ceia do Senhor marcam este derradeiro encontro de
todo o grupo.
Após a conclusão da ceia, com um cântico, o grupo, sai em direção ao
Monte das Oliveiras.
Jesus utiliza uma última oportunidade para preparar Pedro, com certeza agora visando o seu soerguimento depois da negação que viria.
A chegada ao Jardim do Getsêmani marca a grande agonia do Mestre, frente a
iminência do seu sacrifício na cruz: “... A minha alma está triste até a morte...” (v.38).
Depois na oração ao pai: “... se é possível, passa de mim este cálice...” (v.39).
A solitude do sacrifício de Cristo começa aqui no Getsêmani. Nem os seus discípulos mais próximos, Pedro, Tiago e João o
acompanham na intercessão a Deus naquele
momento de agonia.
Por três vezes Jesus os encontra dormindo, embora lhes tivesse
pedido que vigiassem, pois as circunstâncias assim exigiam.
Em seguida, Jesus encerra a sua vigília de oração, e prepara-se para ir ao encontro daqueles que já tinham decidido atentar contra a sua vida.
A partir do verso 47 o texto nos relata a prisão de Jesus. Judas sabia que Jesus podia ser encontrado no Jardim do Getsêmani, como confirmado por João (Jo.18.2), e para lá se dirige acompanhado de uma multidão
armada.
Pedro tenta reagir usando sua espada contra o servo do sumo sacerdote,
mas é repreendido por Jesus. Logo mais, frente a multidão que acompanha Judas, os discípulos abandonam o Mestre e fogem.
Jesus é levado à presença das autoridades religiosas, reunidas na casa do sumo sacerdote Caifás.
Agora os inimigos de Jesus o tinham e precisavam criar o argumento para a sua condenação.
O rápido processo de inquirição de Jesus é o suficiente para que as autoridades religiosas o condenem à morte por blasfêmia, impondo a Cristo um sofrimento físico por socos, cuspidas no rosto e sarcásticas ironias.
No entanto, as autoridades religiosas não tinham o poder de executar a pena de morte a que condenaram Jesus.
A decretação da morte era prerrogativa das autoridades romanas, de modo que o processo devia continuar, ainda que premido pelo tempo, pois a manhã da sexta feira se aproximava, e qualquer condenado à cruz deveria ser executado e sepultado antes das 6 hs. Da tarde da sexta feira, quando se iniciavam
as comemorações da Páscoa, pois as autoridades religiosas queriam apresentar-se ritualmente puras para as celebrações.
Antes da chegada da manhã, Pedro haveria de cumprir as palavras de Jesus,
negando o Mestre por três vezes, antes que o galo anunciasse a aurora.
Devemos aprender com Pedro, neste episodio.
Conhecemos na Bíblia dois Pedros, o primeiro, o impetuoso discípulo de Jesus
pronto para desembainhar a espada e defender e morrer pelo mestre.
O segundo, o apóstolo recuperado que se esforçou para seguir a ordem do Mestre: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo. 21.15 e sgs).
A separar estes dois Pedros encontramos esta grande falha da negação de Cristo.
Para não falharmos como Pedro devemos atentar para o que o fez falhar:
Não considerou os alertas de Jesus; Achava-se muito auto confiante e
confidente; e esqueceu de vigiar e orar para vencer a tentação.
Que estas lições fiquem conosco.